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Opinião

A (IN)SUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL

Fez sensivelmente um ano em que eu assistia num Congresso sobre Ensino Superior no Interior a uma apresentação da Sra. Reitora da Universidade de Évora, Prof. Doutora Ana Costa Freitas. Recordo-me que a Mesma salientou como bom exemplo uma reforma educacional num País Nórdico em que depois de se ouvirem todas as partes envolvidas e interessadas, a reforma foi aprovada com a condição de que essa mesma legislação só pudesse ser novamente aberta a discussão 10 anos depois, independentemente do Partido que estivesse no Poder durante esse período.

SOMOS TODOS POLÍCIAS!

No início de 2015, após os tristes acontecimentos na redação do jornal satírico francês Charlie Hebdo, as redes sociais foram invadidas pelo slogan “Somos todos Charlie!” numa manifestação contra os atentados em si e ao facto de serem uma afronta à liberdade de expressão. Tal como outros países, em Portugal também a adesão a este movimento foi grande. Pelo menos até ao momento em que o Rui Patrício assou um frango em Belém, a Sagres filmou esse cozinhado e deu-o a conhecer ao mundo e o pessoal só não mandou fechar a empresa porque em Portugal a cerveja, se é Sagres, é Sagrada! Nessa semana acabaram-se os problemas dos atentados à liberdade de expressão por cá.

Antes que eu próprio seja banido por estar a escrever sobre futebol (ainda para mais numa altura em que o mundo futebolístico nacional está em ebulição por causa dos treinadores), passemos ao tema desta crónica: Somos todos polícias!

POBREZA DIVERSIFICADA!?!

Pobreza de espírito há muita. Mas o que me impressiona é a pobreza, pobreza mesmo visível aos olhos. Recentemente em Roma a cada esquina encontrei uma pobreza, reflexo da crise, da crise de valores, da crise financeira, do egoísmo e da pobreza de espírito. Uma cidade magnificente coberta de tanta gente a pedir nas ruas, tanta gente a comer restos do chão, gente transtornada, com acções incompreensíveis, que esta situação chega a ser sufocante. No entanto vagueando pelas ruas da cidade esta situação parece, para a maioria, uma situação normal e corriqueira.

O PROGRAMA DA COLIGAÇÃO

Começamos esta análise programática pelas Linhas de Orientação Geral para a Elaboração do Programa da Coligação PSD/CDS-PP (disponível em http://static.publico.pt/DOCS/Politica/linhascoliga%C3%A7ao.pdf).

A apresentação destas linhas avança com três desafios: A questão demográfica; A qualificação das pessoas e a competitividade das empresas e da economia.

(DE)GRADAÇÃO EM TONS DE CINZA

No verão passado, em Brasília, numa daquelas maravilhosas tardes de dolce fare niente, a minha gêmea resolveu passar para o meu leitor uma série de e-books de que dispunha, sendo um deles “As Cinquenta Sombras de Grey”. Confesso que já tinha ouvido falar do livro como sendo o último must have das donas de casa que procuravam apimentar a sua vida sexual. E logo aí, associei-o, na minha mente perversa, a práticas sadomasoquistas dignas de envergonhar Rasputin.

E foi assim, apesar de não ter sentido particular interesse no livro, numa noite de tédio, que comecei a leitura, cedendo ao ímpeto ingénuo de seguir o jovial rebanho.

Li-o em pouco tempo. Não posso dizer que não se leia bem, mas… Por onde começar?

TEORIA DA CUNHA

Existe, em Portugal, pelo menos uma teoria que todos conhecem. Essa teoria é a teoria da cunha e enuncia-se da seguinte forma: todo o individuo, independentemente das suas qualificações e do seu mérito, está apto a aceder a um estatuto, a uma remuneração ou a um título se conhecer as pessoas certas. A cunha é assimilável a um reflexo de sobrevivência que se impõe a todo ser humano nascido em Portugal.

TERMINAL DE AEROPORTO

Os terminais dos aeroportos são sítios estranhos onde as pessoas se cruzam, olham, ignoram, seguem viagem sem que muitas se voltem a ver. Os terminais dos aeroportos são um sítio de passagem para tantos que anseiam pelo regresso a casa. A permanência de cada um de nós neles resume-se a poucas horas e, em cada movimento dos transeuntes entende-se a extensão da sua demora no terminal. Os passos apressados, as caras preocupadas de quem corre em busca da porta para embarcar e está atrasado para o voo. Os que se passeiam lentamente nos corredores do terminal, esperando que o tempo passe e as horas corram nos ponteiros do relógio. Todos são o terminal. Em cada área, um visor que mostra as horas dos voos, o tempo que falta para anunciar a porta de embarque, através dos grandes vidros, que são paredes, veem-se os aviões que chegam e partem, as suas asas longas em contraste com as pequenas janelas, os símbolos das companhias aéreas que representam o mundo. Num terminal, toda a diferença étnica que caracteriza o ser humano. Todas as pessoas querem chegar ao destino. Todas as pessoas sabem que a sua casa não é ali e que os aviões são parte do percurso de vida, que foram criados pelos Homens para se chegar mais depressa a um qualquer lugar. No futuro, os Homens vão inventar outra coisa para chegarem ainda mais depressa. No terminal, entre produtos que se vendem em lojas que não conseguimos evitar no percurso e em pequenos cafés que acomodam os que esperam durante algum tempo, os minutos vão decrescendo para a hora do voo.

COISAS DO FUTEBOL

Um acontecimento que me marcou muito nos últimos dias foi sem dúvida a ida do treinador Jorge Jesus do Benfica para o Sporting.

Embora haja a perspectiva mais laboral da questão, em que se argumenta que os jogadores e os treinadores de futebol são profissionais, têm vínculos contratuais com clubes e quando esses vínculos terminam podem representar qualquer outro, não podemos deixar de lado a perspectiva afectiva, que pauta o futebol e enche os seus adeptos, levando à percepção que há certas decisões que não se devem tomar.

Para alguns pode parecer um assunto sem importância, de pouca utilidade e que não deve ser alvo de grande preocupação da parte do público, até porque “eles é que ganham o dinheiro e nós é que nos chateamos”, mas para quem gosta e é apaixonado por futebol as coisas não são bem assim.

BULLYING EUROPEU

Ponto prévio: durante muito tempo no nosso país gastou-se (muito) mais do que aquilo que tínhamos, o que não é propriamente sustentável. Mais cedo ou mais tarde, a austeridade tinha que aparecer, mas…

Infelizmente, nas últimas semanas, o bullying voltou à ordem do dia, muito por culpa de um vídeo originário da Figueira da Foz e que acabou por chocar todo o país. Não foi preciso muito para que tenham surgido outras notícias de eventos semelhantes e até um comunicado de uma dirigente escolar a dizer que um episódio em Nelas, onde uma criança foi amarrada a um poste e despida, não foi bullying mas apenas uma brincadeira…

A MUDANÇA É UMA CERTEZA QUE O FUTURO NOS RESERVA

Mudanças forçadas ou forçosas, sejam elas benéficas ou não, resultam sempre de atitudes impelidas por premência ou por inevitabilidade. A mudança sempre existiu e sempre advirá. O que não podemos é permanecer acomodados perante a necessidade de mudar. Mudar é dizer sim ao novo mas, fundamentalmente, dizer não ao antigo, ao injusto. 

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