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E um bom filho, a casa torna

Com o auxílio de um pincel, ao som de algo sereno criando uma antítese com os batimentos acelerados que saltam do meu peito, misturo cores numa tela; criando uma sensação de refúgio que me permite sonhar acordada.

Fecho os olhos. Segundos, transformam-se em minutos, e volto a abrir, a combinação produzida pelo meu subconsciente, faz-me suspirar: verde, castanho e um azul na borda.

Os cantos da minha boca inclinam-se sem querer e solto outro suspiro involuntário.

Memórias acordadas, mas vividas.

Será

Um castanho acolhedor tocou na minha alma. Dei um passo e encontrei uns olhos a salvarem-na. Dois passos e há uma calma realçada pelos mesmos. Três, um abraço profundo sem toque.

Quatro e há um fogo caloroso que protege o meu coração.

Um sonho, uma vida e um futuro. Um sonho adolescente, uma vida afável e um futuro delicado.

Sentir

Outrora quebrada, ela respira esperança com o auxílio da simplicidade. Outrora em peças espalhadas, há um abraço que a traz de volta a casa. Há beleza que cobre um corpo. Há vida por detrás de um sorriso. 

Um lar. Dois corpos. Almas separadas. Corações cruzados. Felicidade.

A duração da música foi cortada e nela, no presente, reina um silêncio aconchegante.

Dois fantasmas aparecem a lutar. A lutar por não conseguirem tirar as mãos um do outro. Os vestígios que imploramos para não desaparecerem.

Sabias de cor

Vem-me buscar. Estou onde sempre estive, sem pressas. Está na (tua) hora e o meu relógio bate constantemente nos ponteiros que exigem paz num mundo nosso.
Atrás da minha respiração, está a nossa canção a reproduzir-se sistematicamente e a minha mente implora, sussurrando sobre o dia que partiste e deixaste-me sem fôlego. Quero voltar a
casa. Suplico por conforto.

Novo Mundo

Com forma de anjo, a transmitir o branco mais pacífico que já passara pelos meus olhos, com o branco mais fascinante que não me pertencia, agarro-o e desejo nunca mais largar. Há uma calma a nascer ao meu redor e respiro-a. Uma serenidade que me une à felicidade. Um pôr do sol acompanhado de uma respiração sossegada.

O meu corpo rejeita a dor e um sorriso cresce perante uma melodia inconstante que sai diretamente do meu coração, para um mundo novo. Uma alma abundante de harmonia, prende-se na minha como uma âncora persistente. Faço figas.

Ela

Alguém que a acorde. Alguém que a traga de volta. Alguém. Só (é) preciso alguém.

Sem vida, mas intacta, caracterizada pela energia contagiante, aqui está ela, presente tudo e todos. A luta está constantemente presente no seu quotidiano. Hoje, a luta entre pedir auxílio ou se deixar levar pelas rajadas fortes de ventos que faz tremer corpos. A sua cabeça atinge o auge de força e, de tão pesada que se encontra, cai já como se fizesse parte do plano.

Almas desalinhadas

Uma caiu, e a seguinte ameaça percorrer o mesmo caminho.

Há nuvens com formatos por desvendar que cobrem a minha cabeça, há um sentimento novo que me agarra e promete ficar até aos finais dos meus dias.

A cor azul prende-me para que nunca mais seja largada contra o vento. Sorrio pela solidão ser tão colorida.

Uma dor está deitada sob o meu corpo e forma um novo corpo que se junta ao meu. Uma vontade. Um desejo. Foi prometida a eternidade e não há rasto.

Ainda julho

Numa noite quente de julho, os meus olhos pretos transmitem pequenos raios de ansiedade. Um passo em frente e caio para trás. Dou balanço e as minhas costas reproduzem um barulho sonoro similar à dor quando embatem no chão.

A cura

Apertou e gritou. Suplicou e chorou. Deu a volta ao meu corpo e encontra-se perdido dentro do mesmo sem rasto.

Salgadas e quentes. Irrequietas e seguindo direções opostas, queimam sob o meu rosto melancólico.

Fechada e a arder. É acompanhada de sentimentos de medo e de mão trémulas.

Caí e dói. Há sangue. Há dor. Há paz invisível.

Permaneço caída a ouvir os sons e as sensações que eu mesma transmito.

Existem memórias espalhadas ao meu redor, junto de lembranças que ardem e pensamentos cortantes. Há anos ao meu redor e deito a minha cabeça no chão.

O Voo

Pesado e quente, apertado e irrequieto, tenta falar comigo. Era apenas um coração melancólico a apelar ao meu sonho de adolescente, amante de livros clichês. Era apenas um desejo. Apenas.

As borboletas que outrora elaboravam a coreografia mais cativante que já vira, transformaram-se num vácuo ocupado por silêncio. A trovoada roubou, pela calada, o sol quente que me abrigava e eu aprendi a gostar da chuva e da frescura que me oferecia.

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