16 Junho 2015      09:39

Está aqui

POBREZA DIVERSIFICADA!?!

Pobreza de espírito há muita. Mas o que me impressiona é a pobreza, pobreza mesmo visível aos olhos. Recentemente em Roma a cada esquina encontrei uma pobreza, reflexo da crise, da crise de valores, da crise financeira, do egoísmo e da pobreza de espírito. Uma cidade magnificente coberta de tanta gente a pedir nas ruas, tanta gente a comer restos do chão, gente transtornada, com acções incompreensíveis, que esta situação chega a ser sufocante. No entanto vagueando pelas ruas da cidade esta situação parece, para a maioria, uma situação normal e corriqueira.

Se em Évora, sempre que aparece alguém pelas ruas, existe, quase no imediato, acção para resolver o problema, ali, o problema parece não afectar ninguém, certamente muito menos os políticos responsáveis. Aqui não é possível dar uma sanduíche a uma pessoa, porque são tantos e por todos os lados. De todas as vezes que estive em Roma a evidência desta pobreza tão grande nunca se manifestou tão clara perante os olhos, não estando portanto a considerar a pobreza disfarçada que tem aumentado nos últimos anos por toda a Europa, da qual se fala ultimamente bastante, ao nível das necessidades das famílias.

Esta situação cria ainda grandes embaraços quer para os residentes, quer para o turismo que Roma tem durante todo o ano. Dá mau nome à cidade, cria insegurança aos transeuntes e proporciona sujidade imensa a juntar à já existente.

Parece-me inaceitável, a quantidade de escândalos políticos em que a Itália e os seus políticos se tem envolvido, de forma a descartar-se nitidamente deste problema, especialmente na sua capital. Sei e tenho consciência de que acção suficiente para resolver este problema tem contornos imensos e envolve milhares de euros. Mas não será essencial?

Por mim, sempre que me peçam ajuda na minha cidade, na minha zona de conforto e esta esteja ao meu alcance, continuarei a ajudar e a colaborar sempre que possível… Sei que há pobreza de diversos tipos, em diversos contextos e situações.

Aqui fui menos do que uma gota no oceano!

 

(escrito ao abrigo do antigo acordo ortográfico)