21 Março 2020      11:33

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Combate ao Coranavírus, exige-se um esforço coletivo

Parece-me inevitável voltarmos ao tema da Pandemia provocada pelo COVID 19 (Coronavírus). Todos os outros temas do dia a dia dos portugueses (e europeus) passaram completamente para plano secundário. A discussões muitas vezes estéreis em volta do futebol, as discussões ideológicas e até mesmo dos temas políticos contemporâneos, passaram a não-temas. As nossas vidas passaram a estar centradas no combate a esta crise epidemiológica. Deixou de ser um problema individual/egoísta para ser um problema de resolução coletiva. Penso que estamos todos imbuídos num espírito de lutar por uma solução rápida.

Todos aqueles que inicialmente pensavam que estávamos perante algo simples e passageiro, já perceberam que estamos perante algo complexo e duradouro. Todos aqueles que pensavam que ir para casa, em teletrabalho ou simplesmente tomar conta dos filhos, era uma espécie de miniférias, já perceberam que estão brutalmente enganados.

Mas uma coisa é certa, as pessoas com quem lidamos estão claramente empenhadas e comprometidas em ultrapassar este obstáculo altamente perturbador e extremamente perigoso. As relações sociais ficaram altamente limitadas, por vezes até bastante confrangedoras. Por vezes quando temos que tratar de qualquer coisa fora de casa e encontramos os nossos amigos e conhecidos, lá acabamos por nos cumprimentar sem quaisquer contatos, mas cheios de desculpas e explicações. Outras vezes, parece que andamos desconfiados uns dos outros, mantendo distâncias bastante significativas e reparando em tudo em que os outros tocam. É estranho, mas acredito que nos vai ajudar a obter resultados mais rápido!

Na nossa região, no Alentejo, e penso que seja assim em todo o interior do País, o número de casos tem sido muito mais reduzido e muito menos galopante. É bom, mas é preciso não nos descuidarmos um milímetro. Quando digo que é bom os resultados serem melhores no Alentejo não é por razões egoístas, antes pelo contrário, é essencialmente por preocupação. No Alentejo temos uma população altamente envelhecida (logo de risco muito mais elevado) e meios de saúde muito mais debilitados do que noutras zonas do País. Parece-me fundamental que a proteção dos mais frágeis seja mais importante do que nunca.

Também existem explicações para a gravidade destes casos ser menor no Alentejo do que noutros sítios do País, deixo alguns elementos que me parecem os mais importantes: 1) menor densidade demográfica, logo menor nível de contactos; 2) mobilidade muito mais reduzida entre comunidades e para fora da região; 3) existência de um urbanismo mais concentrado e com menor nível de interligação. Poderão ser estes os aspetos centrais do surgimento da existência de poucos casos na região e por ter começado mais tardiamente.

Este elemento menos negativo permitiu que, de certa forma, a população residente no Alentejo tomasse o mesmo tipo de procedimentos, na mesma altura, de outras regiões do País que já se encontravam atingidas. Talvez isso ajude a minimizar o impacto do COVID 19 na Região. Ainda assim, é fundamental manter os procedimentos. De repente, se facilitarmos na guarda, pode ficar tudo descontrolado. E é isso que não queremos.

 

Boa sorte para tod@s.