António Bota, presidente da Câmara de Almodôvar, admite alterar as tarifas da água, cujo valor pode duplicar em certos casos para os consumidores, e teme que o concelho fique sem água no futuro, culpando o Governo.
Em entrevista à agência Lusa, o autarca criticou a falta de medidas para resolver ou minimizar o problema recorrente da falta de água no concelho, antevendo que dentro de 40 anos nem seja possível viver na vila e que o baixo Alentejo se torne um deserto.
Note-se que Almodôvar é abastecido pela barragem de Monte da Rocha, no concelho vizinho de Ourique, que está a 9% da capacidade, valor que não se tem alterado muito nos últimos anos.
Em maio o município já tinha implementado medidas de contenção de consumo de água, mas agora António Bota admite ir mais longe: quem mais gastar mais paga e esse valor pode ser o dobro.
António Bota defende que o “plano diferenciador” procurará desmotivar o consumo exagerado e ao mesmo tempo será um “método de sensibilização” que pode ser eficiente. “É uma medida de último grau, de desespero, para um concelho onde não há água”, observa, ressalvando que Almodôvar é dos concelhos onde a água é mais barata. É que, não se cansa de dizer, o Baixo Alentejo tem “graves problemas de água”, especialmente de Beja para sul.
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