Na sequência das denúncias públicas de operações de abate ilegal de cerca de mil azinheiras na Herdade do Ramalho, em Avis, os serviços do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) deslocaram-se ao terreno, tendo constatado que "existiu, de facto, um corte de azinheiras/sobreiros sem a necessária autorização do ICNF, em área e número de árvores que está a ser contabilizada". Para além disso o ICFN detetou na sua fiscalização "mobilizações de solos, afetando o sistema radicular de azinheiras/sobreiros existentes, situação cujo levantamento integral está em curso".
O ICNF refere ainda em comunicado que "a confirmarem-se os factos", será aplicado o quadro sancionatório previsto na legislação de proteção da azinheira/sobreiro, que inclui contra-ordenações puníveis com coimas "cujo valor poderá atingir os 150 mil euros, embargo de trabalhos e reposição da situação anterior".
A Quercus foi uma das associações ambientalistas a denunciar o caso em outubro, revelando então que terão sido abatidos mais de um milhar de azinheiras adultas e em bom estado, numa herdade dos concelhos de Avis e Sousel, e considera o sucedido como “extremamente grave”. A Herdade do Ramalho terá também drenado “lagoas temporárias em áreas condicionadas” pela Reserva Ecológica Nacional (REN) sobre o aquífero de Casa Branca — Cano (Sousel), “comprometendo” a disponibilidade de água para outros usos na região.
O abate terá acontecido para que se possa vir a instalar um olival intensivo e não será a primeira vez que tal acontece na região.
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