8 Dezembro 2023      11:44

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Estudo mostra aumento das exportações de azeite nos últimos 20 anos

Nos últimos 20 anos, as exportações de azeite produzido a nível nacional registaram um crescimento de 12 vezes em volume e 18 vezes em valor, devido ao investimento e à modernização do setor olivícola, revela um estudo divulgado esta semana, em Beja.

No setor oleícola, “Portugal tem conseguido, com toda a modernização nos últimos 20 anos, aumentar [as exportações] 12 vezes em volume e 18 vezes em valor”, revelou à agência Lusa o diretor-geral da empresa de consultoria Consulai, Pedro Santos.

No ano passado, este setor contribuiu com um saldo positivo de “515 milhões de euros” para a balança comercial portuguesa, que acabou por se revelar “absolutamente negativa” no que se refere ao setor agroalimentar, ficando nos “menos 5,2 milhões de euros”.

“É um valor que nos deveria causar alguma vergonha”, uma vez que o país reúne “condições para poder ser diferente”, defendeu Pedro Santos, sublinhando que, se houvesse “muitos setores como o setor oleícola”, [o país teria] certamente um valor diferente”.

Estes dados são alguns dos vários que podem ser encontrados no estudo sobre a evolução e dinâmica do setor olivícola em Portugal, nos últimos 20 anos, que foi feito por duas consultoras da área agrícola, a portuguesa Consulai e a espanhola Juan Vilar Consultores.

Este trabalho foi solicitado pela Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares do Sul, que tem sede em Beja, tendo algumas das suas conclusões sido dadas a conhecer na passada terça-feira (05), na cidade alentejana, durante a 10.ª edição das OLIVUM Talks, iniciativa em que estiveram em debate diversos temas do setor olivícola.

Após a sua intervenção neste encontro, o diretor-geral da Consulai notou, em declarações à Lusa, que o crescimento das exportações nacionais de azeite “tem sido feito com muito investimento e muita modernização”.

“O investimento agrícola tem crescido muito e tem ultrapassado historicamente, desde os últimos cinco ou seis anos, os mil milhões de euros”, mas tem sido o setor da olivicultura que “tem investido mais rápido”, destacou.

Por esta razão, trata-se de um setor que “tem sido, de facto, um dos grandes motores desta revolução agrícola” no país “e sem dúvida é um dos setores ‘bandeira’ do complexo agroalimentar” nacional, afirmou.

O ‘peso’ do país nesta área tem igualmente vindo a registar um crescimento e, de acordo com Pedro Santos, Portugal é atualmente “o sexto maior produtor de azeite do mundo”, tendo possibilidades para crescer ainda mais, caso sejam reforçados o investimento e a modernização do olival.

Pedro Santos destacou também que Portugal tem sido “uma referência” nesse âmbito, uma vez que foi “dos primeiros a apostar a sério nos olivais em sebe e nestes olivais super-eficientes”, sendo, no entanto, ainda possível transformar mais olival em olival moderno.

“Podemos crescer e entrar no ‘top 5’, claramente, dos maiores produtores de azeite do mundo”, adquirindo “uma grande relevância [no setor] e, sobretudo, uma grande relevância nos maiores exportadores do mundo”, defendeu, salientando também que o país apresenta ainda a vantagem de ter “das maiores produtividades do mundo” no que respeita ao “azeite por hectare”, sendo “o primeiro produtor a pôr azeite no mercado”, anualmente. Além disso, “mais de 95%, em alguns anos 98%”, do azeite produzido é virgem extra.

A Olivum, que se apresenta como “a maior associação portuguesa” do setor, possui 130 grupos associados (que correspondem a três centenas de explorações) e 18 lagares, contabilizando mais de 49 mil hectares de exploração agrícola em Portugal.

 

Fotografia de dinheirovivo.pt