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O calor e o sentido da vida

O calor destes últimos dias, em pontos transversais do globo tem marcado os nossos noticiários. Principalmente no hemisfério norte, dezenas de canais televisivos somam aberturas de noticiários sobre as elevadas temperaturas, sobre os calores intensos que se fazem sentir, exacerbando a níveis preocupantes os efeitos nefastos das secas que a falta de chuva, aliada a elevadas temperaturas, tem causado.

Televisão a cores

Eram mais de 12 os irmãos que habitavam naquela casa. Todos filhos do mesmo pai e da mesma mãe, tinham intervalos de idades muito semelhantes entre si. As diferenças eram de um ano cada, mais coisa, menos coisa. O mais velho tinha já ido à tropa e trabalhava agora nas minas, junto com o pai e com um dos outros irmãos que não tinha idade ainda para ir à tropa mas tinha já bom corpo para trabalhar.

O peixe da ribeira

Qual é a diferença que existe entre nós? Como podemos marcar a diferença entre o que é igual? Qual a possibilidade de algo absolutamente idêntico ser diferente? Serão os pequenos pormenores da similitude a acentuar a grandeza da pequena diferença?

A água não passa duas vezes pelo mesmo

lugar. Estou certo que já ouviram antes esta ideia. É possível que discordemos pois com os aquários e aquelas inovações que criam fontes e riachos fictícios, as realidades e as verdades absolutas neste âmbito tendem a adaptar-se.

Monte das Almas

Sentava-se solitário no poial caiado de branco. Detentor de uma pele enrugada, queimada e rasgada pelo Sol intenso dos dias de verão, a sua única companhia era um cão rafeiro, que se sentava na pequena sombra que o homem lhe proporcionava.

Vestido de negro, com uma camisa tão queimada do Sol e do tempo como a sua pele, via-se nele o peso de uma vida e de muitos anos. O seu olhar perdia-se no horizonte, na imensidão dos montes e dos vales em frente ao Monte das Almas. Neste tempo de verão, tudo o que se avistava era um misto de verde seco com castanho e amarelo torrado.

A lenda dos quatro olhos II

Depois dos latidos dos cães, três, a festa começou. O moço e a moça tinham ido os dois à festa, como sempre tinham ido desde que se conheciam por gente. Deviam ter agora os seus catorze anos. Eram da mesma idade. Aliás, tinham nascido os dois no mesmo dia e à mesma hora. Coincidência ou não, o destino marcava os dois de uma forma nunca igual. Ele nasceu no cerro, do lado da umbria e ela nasceu do outro lado, o da soalheira. Ela tinha nome de flor e ele de flor tinha.

Já se tinham visto tantas vezes na festa, sentados na igreja, um na coluna da esquerda, o outro no lado direito.

A lenda dos quatro olhos

Era um dia de festa, mais propriamente da Festa da Santa Suzana, que se celebrava todos os anos naquele dia. E nessa mesma data vinham os filhos da terra que tinham ido para todas as partes do país, uns para mais longe, outros para mais perto, mas todos conheciam e reconheciam o caminho para a festa da Santa que nos últimos séculos ali tinha estado a ser respeitada por todos e a ser homenageada através de uma missa e do encontro de vizinhos e primos, e tios, irmãos e pais que por demasiado tempo não se viam. Alguns, só nesse mesmo dia se encontravam, dadas as circunstâncias.

A chuva em dias de junho

Ontem choveu, não tanto quanto desejavam todos aqueles que da chuva se escondem, mas que a anseiam e a desejam.

Neste regresso ao Alentejo dos filhos que voltam temporariamente e que transportam consigo a alma do seu lugar de nascimento, a paz vem consigo, a necessidade de reencontro com as raízes, com os pequenos momentos, com o processo de andamento da vida e com a história dos que estão e daqueles que estiveram e deixaram o seu testemunho.

Regresso ao Alentejo

Hoje, a família ausente, regressou a casa. Longos anos se passaram desde que duas pessoas saíram daquele monte. Quando o deixaram, viviam nele mais do que uma família. Esta, a mais nova, formara-se de uma moça que morava no monte a seguir, cujos olhos se cruzaram com o moço que vivia no preciso monte de que falamos.

Nesta casa, há muitos anos, vivia o moço e muitos irmãos, com os pais e ao lado, muitos primos. A moça vivia no cerro a seguir, com muitos irmãos, muitos primos e os pais.

O Dia de Portugal, o dia de Camões e dia das Comunidades Portuguesas

Comemora-se hoje, dia 10 de junho, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Combinamos todos no mesmo dia. Honramos o nosso país através do assinalar do nosso dia nacional. Mais do que um dia de cerimónias e circunstância, este é um dia que representa o orgulho de um povo, um dia que nos une. O dia de Portugal ultrapassa as fronteiras territoriais, virtuais e sentimentais. Este é o nosso dia, como o dia 4 de julho é o dia dos Estados Unidos, o dia 14 de julho é o dia de França. Há algo especial que nos une a todos neste sentimento de pertença patriota.

O potencial assassino do fato azul escuro

Esta é uma história fatídica, quase verídica e intensamente polémica, apesar de curta. Tudo aconteceu num dia muito quente de verão; em que o próprio suor se confundia com a fadiga. Sendo a história fatídica, verídica e polémica como é, as coisas acontecem rápido e de forma eficaz. Claro que, com todo o calor, o crime não compensa.

Numa avenida ampla daquela cidade que todos sabemos o nome por ecoar no nosso ouvido todos os dias, as casas estavam esburacadas das balas certeiras que tinham modelado o betão e afugentado todos os seres vivos que por lá andavam.

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