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Opinião

O “BREXIT”, WINSTON CHURCHILL E DE GAULLE

“Existe uma solução que ao fim de poucos anos tornaria a Europa livre e feliz. Seria recrear a família europeia, ou o que conseguirmos segurar dela, e providenciar-lhe estruturas sob as quais a mesma possa viver em paz, segurança e liberdade. Temos de construir uma espécie de Estados Unidos da Europa.” - Winston Churchill, Universidade de Zurique, 1946

NÃO! NÃO, NÃO E NÃO!

As noites seguem-se embebidas no mesmo movimento solitário que é ser-se humano: paredes de cal branca, uma casa simultaneamente gaiola que nos limita e nos acomoda, uma cabeça saturada das palavras ditas e reditas na futilidade dos dias, uma boca que aprecia o silêncio que é o sufoco de ter uma cabeça saturada das palavras saturadas dos dias saturados. Do outro lado da cama há quem durma e quem questione o silêncio no seu silêncio e a distância entre os silêncios trocados é mais curta que a distância de uma linguagem repetida e banal.

O MAIS IMPORTANTE É...

O mais importante é manter importante o que é importante, e tantas as vezes nos esquecemos disto, a realidade é que as solicitações da sociedade são tao frequentes que tomamos as partes como o todo.

DA MEMÓRIA DAS COISAS

Às vezes, não raro, dou por mim a pensar nas coisas. Penso no dia que começou, se for de manhã. Penso na noite, se for de tarde. Penso em quase tudo e não penso em nada ao mesmo tempo. Por vezes, nessas alturas em que estou a pensar nas coisas que foram, nas que não foram, nas que podiam ter sido e nas que foram, mas não aconteceram da maneira que gostaria, surge um lapso de memória. Visualizo uma planície que é interrompida e substituída por altos edifícios de uma cidade que parece agressiva, mas não o é, e fecho os olhos pensando em que dia da semana se podem comprar, na cidade, os vegetais que são cultivados na planície.

A AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA

Sou um amante do desporto em geral e do futebol em particular. Quem me conhece sabe isso, assim como o clube pelo qual torço. Apesar de gostar que o meu clube ganhe, apesar de gostar de ver bons jogadores a passear nos relvados portugueses, vejo muitas movimentações nos clubes de futebol que considero estranhas. E não estou a falar dos grandes passivos dos clubes de futebol (necessariamente um passivo não é mau, tudo depende do ativo e da relação entre liquidez do ativo e exigibilidade do passivo).

ONDE É QUE EU JÁ VI ISTO!?

Segundo os entendidos e ao que parece, a economia europeia foi a que começou pior o ano de 2016, com uma queda de 23% em relação aos 13% do período homólogo.

No olho do furacão surge o Deutsche Bank, depois de um analista do Credit Sights ter colocado em causa a capacidade da instituição para reembolsar as obrigações convertíveis de capital contingente (conhecidos como CoCos). O que levou as ações do banco alemão a afundarem mais de 9%, obrigando a instituição a emitir um comunicado, pouco habitual, para assegurar que tem forma de cumprir as suas obrigações.

OFERECE-SE PRECARIEDADE

Há dias surgiu a notícia de uma empresa que se propõe oferecer estagiários a empresas terceiras, dando a oportunidade às mesmas de escolher se suportará algum custo com o estagiário no referente a despesas e a deslocação.

A contrario sensu, uma empresa poderá contratar um estagiário por uma quantia irrisória a pagar à empresa e ter alguém a trabalhar de borla para si.

A ideia é já de si censurável mas o mais censurável é existir mercado para este tipo de empresas, ou seja, empresas que pretendem trabalho praticamente escravo.

A FÁBRICA DE PROVÉRBIOS

Máximas, axiomas, adágios, provérbios, ditados populares ou anexins, sempre os ouvimos, supostamente, desde a mais tenra infância. Infelizmente, no meu caso, por ter nascido e crescido no estrangeiro, aprendi poucos ditados populares portugueses quando era criança.

Quando, aos dezanove anos optei por vir para Portugal, apercebi-me de que ignorava grande parte dos provérbios portugueses. Assim, comecei já com um handicap essa minha aventura pelas letras lusas. E se creio ter superado a minha insipiência lexical, fiquei com esse calcanhar de Aquiles.

OS PORMENORES DAS CASAS QUE CONSTRUÍMOS

Sei pouco desta realidade como dela me contam. Sei pouco da loucura que é sentir-se demasiado e dizer demasiado pouco por isso quando me perguntam o que é o amor nunca respondo concretamente. – Parece tão simples quando pensamos abstratamente no conceito do amor mas de alguma forma as palavras parecem nunca estar ao nível de uma descrição digna.

A ESTAÇÃO

Entrei na estação, duas estações acima da estação de saída. Era uma estação de comboios já antiga, rodeada de um manto de neve que transformava toda a rua num longo caminho branco e gelado, escondendo debaixo o seu manto verde de relva que adormecia gelada sob o cobertor forçado. Tirei o bilhete na máquina automática e sentei-me na sala de espera, aquecida e despida de qualquer enfeite na parede. Lá dentro, dois longos bancos de madeira que deixavam que o sol, entrado pela janela, se sentasse ao lado de todas as pessoas. A estação era fria e ao mesmo tempo, muito quente no seu interior.

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