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Opinião

SENTA-TE, NÃO SAÍMOS NA PRÓXIMA

O acordeão como guia, corro, como sempre, fugindo do tempo, distribuindo encontrões e desculpas escusadas. Chego, ainda ofegante, até ao cais sobrelotado de almas torturadas pela dor, pela solidão, aparentemente indolentes. Ouço alguém chorar. Desprendem-se gargalhadas e planam até mim. Procuro-as vagamente e dou por mim a observar-te.
Chega o metro, entramos, sigo-te calada, mas, olhando-te descaradamente, impregnando-me da tua imagem, absorvo a tua essência e assimilo a tristeza que pressinto submergir-te. Ignoras-me.

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Cinquenta e duas semanas, cinquenta e dois textos escritos nas linhas de uma folha em branco. Uma vez a descoberta do Myanmar, um país, os caminhos entre lagos e montanhas, entre grutas e templos. Outra vez, os dias a nascer no cimo do monte Ramelau, de onde se vê a passagem de multidões desconhecidas, todas as pessoas na sua singularidade e a tentativa de as desenhar em letras, onde houve sempre algo que nasceu nas curtas frases.

AS “BOFETADAS” DESTE GOVERNO

Esta semana ficou marcada pela demissão do Ministro da Cultura, João Soares, depois de ter escrito na sua página no Facebook que esperava “ter a sorte” de poder dar “bofetadas” ao crítico Augusto M. Seabra, estendendo essa vontade de aplicar “salutares bofetadas” também ao comentador Vasco Pulido Valente. 

A VEZ DO ZÉ POVINHO

Quem se informa sobre a vida das celebridades, dos políticos e dos homens e mulheres mais endinheirados apenas pelos tabloides ou pelo jornalismo empresarial tem a impressão de que riqueza e poder são características inatas. Este tipo de imprensa cumpre papel semelhante ao dos contos de fada, revestindo com auras de retidão e de virtude as personalidades de indivíduos pertencentes às classes mais altas.

A IMPORTÂNCIA DAS TRADIÇÕES

É frequente ouvir “A tradição ainda é o que era…”, mas será que temos noção da real dimensão destas palavras? Será que escutamos e entendemos realmente o peso que a tradição nos impõem?

É sobre o regresso as tradições que lhes quero esta semana falar, e em particular de tradições que a custo sobrevivem a higienização dos costumes, imposta por quem não sabe, não quer saber, ou por e simplesmente apela para uma “superioridade” intelectual, que raras vezes encontra suporte no dia-a-dia de quem dela se socorre.

HOJE APETECE-ME BRINCAR...

Hoje apetece-me brincar… afinal de contas, às vezes parece que somos nós os brinquedos dos nossos políticos!

Brincadeira em dois actos… (datados de 31 de março)

(Violo propositadamente o acordo ortográfico na palavra “actos”, pois apesar de ser utilizador do novo acordo, custa-me ver escrito “atos” e “atas”, sem ser para os atacadores dos sapatos… de resto, aplicarei, como de costume, o novo acordo. Se estou a ser incoerente? Ya… às vezes faz bem!).

 

Acto I

COMPROMISSO REFORMISTA

O slogan do XXXVI Congresso do PSD realizado em Espinho, não poderia ser o mais acertado, “Compromisso reformista”. A Família Social Democrata reuniu-se no passado fim-de-semana para a reunião magna daquele que é o palco principal de um dos maiores Partidos de Portugal.

PODEMOS PASSAR SEM "O" CENTRO COMERCIAL?

As mais recentes notícias sobre a já longa novela do Centro Comercial de Évora, dão nota de que investidores do Dubai compraram o Évora Shopping, perspetivando-se que as obras iniciadas em 2011 chegarão finalmente ao fim.

Muito se poderia discutir sobre este assunto. Tópicos como:

Será que faz falta um centro comercial na nossa cidade? A localização escolhida é a melhor? Poderíamos reforçar a oferta de algumas marcas ou usufruir de salas de cinema sem a construção deste espaço? Existirão outros investimentos mais prioritários? Sim…ou talvez não.

PANAMA PAPERS

É esta a denominação do mais recente acontecimento de corrupção relacionado com o paraíso fiscal do Panamá, envolvendo um conjunto incrível de personalidades da vida pública a nível mundial que, directa ou indirectamente, estão a ser associados a este escândalo.

FALSA RENOVAÇÃO

Terminado o congresso do PSD, a grande conclusão é “a renovação não passou de um título para imprensa ver”.

Ainda antes do congresso eram vários os apelos à mudança da estratégia tomada pelo Partido até aqui, começando por mudar caras e políticas.

Para além da sugestão (plausível) de Paulo Rangel para que terminem as designações de “dr” e “eng”, entre outros, nada mais se ouviu relativamente a propostas para o País.

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