7 Abril 2016      15:05

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A IMPORTÂNCIA DAS TRADIÇÕES

É frequente ouvir “A tradição ainda é o que era…”, mas será que temos noção da real dimensão destas palavras? Será que escutamos e entendemos realmente o peso que a tradição nos impõem?

É sobre o regresso as tradições que lhes quero esta semana falar, e em particular de tradições que a custo sobrevivem a higienização dos costumes, imposta por quem não sabe, não quer saber, ou por e simplesmente apela para uma “superioridade” intelectual, que raras vezes encontra suporte no dia-a-dia de quem dela se socorre.

No passado fim-de-semana, uma vez mais, rumei ao Alentejo, para a reedição anual de uma tradição bem alentejana, e que um grupo de amigos (lisboetas) faz questão de manter. Este grupo tem realizado nos últimos quinze anos a homenagem ao porco…

Sob os auspícios de uma informal confraria (dos amigos do porco preto), 15 homens fazem questão de degustar um belo exemplar da raça, nos seus tradicionais pratos e formas de servir, estes 15 confrades-amigos fazem questão de não deixar morrer formas de desmanchar e cozinhar o porco alentejano, num exemplo de camaradagem.

As tradições são assim, simples, porque é na sua simplicidade que reside a magistral influencia que tem na humanidade.

Creio ser-me licito dizer que não me interessa se as nações unidas reconhecem ou não as tradições de um povo, e tão pouco me interessa se alguém acha que as minhas tradições são barbaras… importa-me sim, que existam mais como eu (e os meus amigos), que não deixam desaparecer ancestrais modos, importa-me sim, que existam mais, que não deixam acabar os patrimónios imateriais… importa-me sim que a influência de terceiros na nossa sociedade não colida com as minhas/nossas tradições.

Como já um dia disse, importa saber receber, mas importa mais que saibam que para serem recebidos tem que respeitar o nosso modo de vida, as nossas influências culturais, e sobre tudo que saibam valorizar a importância das nossas tradições.

Imagem de capa daqui.