5 Outubro 2019      11:16

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População de javalis continua a aumentar

São informações do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) os que revelam que a população de javalis em Portugal é cada vez maior, e o Alentejo é das zonas mais afetadas.

De acordo com o relatório do ICNF “tendo em conta o número crescente dos avistamentos, o aumento dos pedidos de correção de densidades e o consequente aumento do número de abates por parte das zonas de caça, existe uma perceção de que as populações desta espécie estão a aumentar.” 

O Ministério da Agricultura está atento a este fenómeno e, de modo, a controlar o aumento da espécie em território nacional, foi determinada a implementação do plano de correção do número da população de javalis, e que já a ser articulado com as organizações do setor da caça.

Já foram emitidos sucessivos editais que permitem o abate de javalis, sendo que a data limite permitida para abater javalis pelos processos de espera e de batida estendeu-se até 30 de setembro, e pode mesmo vir a ser alargado após uma análise que ainda decorre.

Este aumento de população de javalis tem sido culpada de vários estragos na agricultura, diminuição de outras espécies de caça como lebres, perdizes e coelhos, aumenta a probabilidade da propagação da peste suína africana e têm sido causa de um aumento de acidentes nas vias rodoviárias (por exemplo em Beja, Moura, Portel, Vidigueira e Pedrogão), sendo que um só acidente envolveu 8 javalis.

A possível propagação peste suína africana está a preocupar os produtores de porco alentejano, uma vez que os javalis podem mesmo ser o maior foco de propagação desta doença que não é transmissível ao ser humano. Apesar de não causar problemas de saúde ao ser humano, mata os suínos e, se se propagar, pode vir a criar sérias dificuldades ao setor.

O Alentejo é uma das áreas com maior número de produção de porcos – cerca de 35 mil – e, aos riscos decorrentes da gripe suína, pode juntar-se ainda o prejuízo da não venda de animais para a China, país afetado por esta doença, e que o levou a celebrar contratos de importação de porco português no valor de 100 milhões de euros, no ano de 2019; um valor que pode vir a duplicar, chegando aos 200 milhões de euros, isto caso a gripe não afete os porcos nacionais.

 

Imagem de a.william-reed.com