5 Outubro 2019      09:13

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Liberdade, Independência, República e Educação

Hoje é 5 de outubro. Mais um. Podia este ser um dia qualquer, mas não é, e este ano, sendo o dia de reflexão que antecede mais um ato democrático, toma ainda mais relevo. E não fossem dois acontecimentos que hoje se celebram e podíamos nem ser país, nem viver em República.

Há 876 anos, a 5 de outubro de 1143, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Zamora. Assinado pelos primos D. Afonso Henriques, Rei de Portugal e o Imperador D. Afonso VII de Leão e Castela, este tratado representou o início formal de Portugal como um reino independente de Castela, facto que se efetivaria em 1179, com a emissão da bula do Papa Alexandre III.

Passaram 767 anos do início do reino e Portugal via, a 5 de outubro de 1910, ser instaurada a República. À época, Portugal vivia um período de instabilidade política, acompanhado de um mal-estar social generalizado e uma grave crise económica e que foram, em parte, muito causados pela subjugação dos interesses nacionais às pretensões britânicas, pelos os gastos abusivos da família real, pela falta de laicidade do Estado e grande poder da igreja e ainda pela ditadura de João Franco e que punham a nu a evidente incapacidade de desenvolvimento e evolução do país.

O estado da nação era de tal modo grave que até a Rainha D.ª Amélia terá dito que chegados àquele ponto, com ou sem razão, uma revolução era inevitável : “As suas demonstrações de força [dos republicanos] nas ruas de Lisboa fazem eco aos tumultos organizados na Assembleia por alguns deputados republicanos. Foi na noite desse dia 2 de agosto que compreendi que a coroa estava em jogo: quando o rei, com razão ou sem ela, é contestado ou rejeitado por uma parte da opinião, deixa de conseguir cumprir o seu papel unificador.”    

E assim foi, na Praça do Comércio, em Lisboa, deu-se a revolta muito incentivada pelo Partido Republicano Português e apoiada pelo cada vez maior número de republicanos, e que culminou com o regicídio de D. Carlos.

Os revolucionários nacionalistas queriam a libertação da tutela estrangeira, a democratização política, a generalização do sistema escolar, a modernização económica e social e viu Teófilo de Braga a assumir a liderança de um governo provisório até que a nova Constituição fosse aprovada. Este primeiro Governo Provisório procurou a pacificação do país e tomaram medidas importantes como como, por exemplo, a laicização do Estado

Por República entende-se “a coisa pública”, um sistema que funciona por meio de eleições onde os cidadãos exercem o direito ao voto. A República é algo que é de todos e na qual todos têm lugar.

Hoje, 109 depois da instauração da República, em Portugal, é dia de reflexão que antecede as eleições Legislativas de 2019., um direito da Democracia e que não deve deixar de exercer: o direito ao voto. Só assim se garante ume Democracia plural, forte e resistente a extremismo. Tendo ou não partido, sendo de esquerda de direita ou centro, revendo-se num, vários ou nenhum, vote! Faça-se ouvir, mostre que é uma pequena parte deste todo que é Portugal. Afinal, como disse Édouard Herriot “A Democracia é uma boa rapariga. Mas para que ela nos seja fiel é necessário fazer amor com ela todos os dias.”

E nada melhor para manter e garantir um Estado de Direito Democrático que um cidadão preocupado, informado e consciente, e estes princípios ensinam-se em sociedade e sobretudo na escola. Hoje é também o Dia Mundial do Professor, uma profissão muitas vezes menosprezada, mas que foi, é, e será, essencial à Liberdade.

Viva a República! Viva Portugal!

 

Imagem de mundoportugues.pt