Há muitos anos atrás, dezenas deles, não sei bem quantos, mas há muitos mesmo, havia uma loja ali numa rua estreitinha que se chamava a peluqueria. Não era sítio onde se cortasse o cabelo, mas o dono, talvez porque era espanhol, tinha chamado à humilde loja peluqueria. E assim era para que todos vissem e lessem com os seus olhos. Ou melhor, para aqueles que, à época, conseguiam ler. Não eram muitos, mas alguns havia que percebiam as letras e a forma como estas se ordenavam nas palavras e nas frases e nos textos.