Opinião

Aconteceu ontem a 88.ª cerimónia de atribuição dos Óscares. A sétima arte reconhecida em grandes filmes nesta cerimónia. Ontem não foi quase… DiCaprio quase por várias vezes tinha ganho a estatueta dourada, mas foi ontem que deixou o capitulo do “quase” e consumou merecidamente a recepção do prémio. Como eu me lembro há anos atrás do Titanic e os sonhos de menina que recordei ontem ao ver DiCaprio com Kate Winslet, os dois protagonistas de um filme de sonho de uma adolescente (na altura)!

«Quando as coisas acontecem depressa demais, ninguém pode ter certeza de nada, de coisa nenhuma, nem de si mesmo.»  Milan Kundera

É costume o comum dos mortais, aquando do falecimento de um familiar, de um conhecido ou de um indivíduo ilustre, endeusar o infeliz, sobretudo nas redes sociais (onde são expostos e despejados os despojos _ passem-me a paranomásia _ da nossa existência). Mas quando se trata de uma referência na política, na arte ou nas ciências, então parecem não chegar os epítetos mais laudatórios porque, também, por portas e travessas, acaba por constituir um bálsamo para o ego o facto de assumir-se como supremo “connaisseur” da obra do falecido.

A Carlota era filha única e tinha uma caixa guardada debaixo da cama. Carlota não contava a ninguém o que guardava na caixa. Era de madeira lacada e tinha um cadeado. Só Carlota tinha a chave e só Carlota conhecia os segredos da sua caixa. Não era uma caixa de Pandora nem guardaria todos os males do mundo. Era uma simples caixa onde se guardavam os segredos de infância, as recordações da adolescência e os sonhos do futuro que se esperavam melhores ainda do que o planeado.