1 Março 2016      16:13

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EUA: ESTABILIDADE OU RADICALISMO?

Barack Obama está prestes a terminar o seu segundo mandato à frente da casa branca e sairá pela “porta grande”, com níveis elevados de popularidade. Sai com uma das suas maiores bandeiras aprovada e em fase de iniciação, o Obamacare. Ao contrário do encerramento da prisão militar de Guatanamo, que dificilmente será apoiado pelos Republicanos e da tentativa falhada de proibir a livre circulação de armas. Mesmo assim Obama terá uma enorme influência na escolha Democrata para as Eleições Presidenciais, que tudo indica apoiar desta vez, Hillary Clinton.

Entretanto, os diferentes candidatos, tanto pelos Democratas como pelos Republicanos, correm até Junho os diferentes Estados em busca da sua nomeação para se candidatarem com o apoio de cada um dos Partidos às Presidenciais que terão lugar no dia 8 de Novembro deste ano. Depois de concluídos quatro processos eleitorais primários, eis que me espanta os resultados até agora alcançados tanto por parte de Trump pelos Republicanos, como por parte de Sanders pelos Democratas. Ambos simbolizam o radicalismo e o puro populismo, mesmo que ideologicamente opostos. Actualmente o excêntrico Donald Trump leva a melhor com fortes vitórias em três dos quatros estados já auscultados sobre os seus dois principais opositores internos: Ted Cruz e Marco Rubio. Mesmo faltando bastantes Estados revelarem o seu apoio, as sondagens mostram fortes possibilidades daquele que implementa discursos de ódio contra Imigrantes e Muçulmanos, de vencer as primárias republicanas e ser o candidato de um dos Partidos com mais história dos EUA.
 
Por sua vez, os Democratas também não estão tão confiantes na nomeação de Hillary Clinton como estavam há dois meses atrás. Bernie Sanders já venceu um dos quatro estados envolvidos nas primárias e a Fox News avançou há duas semanas com uma sondagem nacional que lhe dá pela primeira vez uma vantagem de 3% sobre a sua principal rival. Candidato este que cativa os Jovens e a população mais à Esquerda, tecendo discursos puramente anti wall street e contra o sistema financeiro norte-americano e mundial. É por estes resultados e estas sondagens nacionais que escrevo sobre as Presidenciais Norte-Americanas.
 
Hoje decorrem eleições primárias em ambos os Partidos e 13 Estados diferentes estão em eleições, onde poderá ficar  ainda mais assente a vitória de Trump nos Republicanos, como equilibrar os resultados no Partido Democrata.
 
Como pode o País mais poderoso do Mundo que tem um papel fulcral na defesa dos Direitos Humanos, na Europa, na ONU, na NATO e na luta contra o terrorismo, ter dois candidatos com discursos radicais, à frente das pollls dos dois principais Partidos da História Norte-Americana?
 
É tao preocupante quanto perigoso estes resultados e o crescente apoio envolta das candidaturas de Trump e de Sanders. Com o Mundo a atravessar a crise dos Refugiados, a guerra civil Síria, o combate ao terrorismo e a invasão da Rússia sobre a Ucrânia, é fundamental os EUA terem um líder forte, sensato, consensual, respeitador das diferentes Religiões e multiculturalidades e ter uma visão estável e equilibrada não só do sistema financeiro, como também do sector militar.
 
Vemos neste momento cada vez mais movimentos, Pessoas e Partidos com discursos extremistas, tanto de Esquerda como de Direita a surgirem nos Países Ocidentais e desenvolvidos. Não sou daqueles que acredita que é um cartão vermelho ao Partidos tradicionais. Mas são estes que precisam de ganhar novamente a confiança dos eleitores tradicionais e ligados ao cetro e se necessário expulsar Militantes e Dirigentes influentes envolvidos em casos de corrupção para que no futuro o pensamento extremista não cresça.
 
Temos o exemplo, ainda no Século Passado, que as grandes guerras começaram com o pensamento político extremista e estes ideais terão que ser travados o quanto antes possíveis. Só é possível através de Políticos equilibrados e que os Partidos tradicionais adotem uma forte política de proximidade e que transpareçam credibilidade e segurança junto dos seus eleitores.
 
(atualizado)