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Opinião

A EMERGÊNCIA DE UMA CERTA RAZÃO DE ESTAR

Começou um novo ano, por esta altura todos fazemos promessas, a nós próprios, sobre aquilo que queremos alterar ou mesmo banir. Mas esta emergência de uma certa razão de estar confronta-me com binariedades, com dualismos entre o certo e o errado, confronta-me com ambiguidades permanentes.

Os movimentos disruptivos vão surgindo e, por vezes, apoderam-se dos nossos dias enquanto as economias discursivas vão impondo os seus limites.

MEDIATISMO PERIGOSO

Na sequência da estreia do programa “Super Nanny”, muitas têm sido as críticas de vários sectores, tendo existido inclusivamente pronúncia da comissão de protecção de crianças e jovens em risco de Loures.

Não sendo a psicologia a minha área, a opinião que aqui darei será pessoal e, de modo nenhum, profissional.

Segundo a apresentação do programa, o objectivo será educar ou mudar a forma de educação de crianças com comportamentos cujos pais não conseguem controlar.

QUANDO AS BOTAS SÃO EXCESSIVAMENTE PESADAS OU O AR DEMASIADO FRIO

The Last Detail, 1973 (i.e., quando as botas são excessivamente pesadas ou o ar demasiado frio) Hal Ashby

ALARMISMOS

No mundo atual, em que nada parece ser tão próximo de uma realidade virtual, imaginada por um criador de ficção científica, há núcleos ainda onde tal passa despercebido. Um desses sítios, desconhecido da esmagadora maioria de todos vós. Quase todos, se não todos, nunca ouviram falar da terra de que vos vou falar hoje. Chama-se Monte Novo dos Alarmes.

MUDAR A SRª PROCURADORA GERAL DA REPÚBLICA COM QUE INTENÇÕES?

Em entrevista à rádio TSF, a Sra. Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, afirmou que, na sua análise jurídica, “há um mandato longo e um mandato único" da PGR, dando a entender que a Dra. Joana Marques Vidal deixará o cargo em outubro.

No mesmo dia, à tarde, no debate quinzenal, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o Governo ainda não tomou qualquer decisão sobre o futuro da PGR, mas admitiu concordar com a “interpretação jurídica pessoal” da senhora ministra de que se trata de um mandato único.

E TUDO O ALQUEVA LEVOU

Vivo no Interior do país. Aquele mal-afamado Interior que teima em ser notícia, na grande maioria das vezes, pelas piores razões. Depois ouvimos de atores políticos, a todo o momento, discussões em torno deste tema, quer seja sobre as assimetrias a nível do desenvolvimento económico, quer seja sobre o índice de envelhecimento da população ou mesmo devido à escassez de emprego jovem. Mas resoluções? Até agora, manifestamente insuficientes.

TERRA IMENSA, ÁGUA A SUL

O Alentejo interior sempre foi sinónimo de terra sofrida, secura e calor, tal como exprimiu o poeta João de Vasconcellos e Sá:

“Raia o sol!
E em dois minutos
os prados ficam enxutos;
toda a ribeira secou!
E morrem de sede as crias
no lugar onde há dois dias
a mãe delas se afogou.”

NECESSITA DE AJUDA MÉDICA? POR FAVOR DIRIJA-SE AO ESTÁDIO DE FUTEBOL MAIS PRÓXIMO SE FAZ FAVOR

Os nossos hospitais públicos são autênticos “purgatórios” …  

Podemos ter sorte… ou muito azar com o atendimento, acolhimento e tratamento que nos calha. Quantos de nós não vamos hoje em dia, inseguros e com o coração nas mãos quando temos de ir a um hospital público? Até limitarmo-nos a acompanhar um doente é um risco! E se apanhamos nessa ida uma daquelas temíveis bactérias, as quais ou nos matam ou nos deixam fragilizados para toda a vida?!

O NASCER DA VERDADEIRA OPOSIÇÃO?

No passado Sábado, Rui Rio venceu as eleições internas do PSD, sendo agora o Presidente do Partido.

Embora tal eleição não tenha ainda efeitos imediatos, pois ainda se realizará o congresso que consagrará Rui Rio como Presidente e elegerá os restantes órgãos nacionais, dentro e fora do PSD já se fazem ouvir as vozes que apontam para uma nova oposição.

DO CINEMA, DO CINEMA DE GUERRA E DO CINEMA DE LARISA SHEPITKO

Shepitko: Larisa no mundo dos homens.

 

Pode partir-se do princípio, que aliás soa a óbvio, que qualquer filme é uma luta que se idealiza intensa entre a visão do seu criador e a luz que ricocheteia, percepcionada como imagem pelo espectador (segundo se diz) na orla do cerebelo. Um mecanismo (por via de um mecanismo) de planeamento e execução tendo em vista um determinado resultado, que o criador pretende sublime.

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