Começou com pompa e circunstância e acreditava-se que podia ser mais um foco de desenvolvimento do Alentejo, mas, passados 5 anos – realizados esta semana – ficam dúvidas sobre o seu sucesso e viabilidade.
No entanto, já se procuram soluções para tirar o máximo rendimento da infraestrutura que surgiu da adaptação a aeroporto civil da base militar aérea nº 11, que, por sua vez, tinha surgido de antiga uma pista alemã.
O aeroporto de Beja custou 33 milões de euros, no entanto, nenhuma companhia de voos regulares mostrou interesse em voar para lá e o número de passageiros recebidos até agora é tão pequeno que as entidades oficiais não o precisam.
Foram sendo realizados muitos contactos e tentativas de trazer operações comerciais para este aeroporto – em resultado da cooperação entre a ANA - Aeroportos de Portugal (a autoridade gestora dos aeroportos de Portugal), as entidades e operadoras de Turismo – mas sem sucesso relevante; a aviação comercial no Alentejo teimou em não se desenvolver.
Assim, a solução passará agora mais por ser um parque de estacionamento para a aviação que por ser um aeroporto comercial, embora esta vertente nunca seja colocada de parte.
De modo a que haja algum rendimento, a ANA procura soluções de natureza industrial que possam gerar receita e investimento na área, além da criação de postos de trabalho com a manutenção e desmantelamento de aviões e o estacionamento de média-longa duração, serviços para os quais a empresa tem desenvolvido contactos que poderão vir a apresentar resultados positivos no curto prazo.
De momento, a Hi Fly, a SATA Azores Airlines e a EuroAtlantic têm mantido uma média de 3 a 5 aviões por semana estacionados.
Outro resultado desta estratégia é o investimento de oito milhões de euros, da empresa portuguesa AeroNeo, numa unidade de manutenção e desmantelamento de aviões e valorização de ativos aeronáuticos – essencialmente os gigantes Antonov, como o TRIBUNA ALENTEJO noticiou em dezembro passado - algo que criará cerca de 100 postos de trabalho e que acabará por ter algum impacto social e económico na região.
A ANA refere ainda - em comunicado na sua página de internet - continua a considerar o Aeroporto de Beja é um importante investimento estratégico nacional e continua a tentar dinamizá-lo de modo a garantir a sua sustentabilidade futura.
Foto de Isabel Meira para a TSF daqui