11 Junho 2023      12:06

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Serviço de urgência de Serpa tem dificuldades em funcionar em permanência

O Movimento de Defesa do Hospital de São Paulo, em Serpa (Beja), denunciou que o serviço de urgência daquela unidade está encerrado “alegadamente pela falta de pagamento” aos profissionais de saúde.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o movimento indica que o serviço de urgência fechou pelas 15:30 de sexta-feira, “sem data para reabrir”.

“Ao que conseguimos apurar os médicos que prestam serviço na urgência só voltarão ao trabalho quando lhes forem pagos os vencimentos em atraso, pelo que este serviço continuará encerrado nos próximos dias”, lê-se no comunicado.

O Movimento de Defesa do Hospital de São Paulo recorda que o hospital de Serpa “foi entregue” à misericórdia local em 2015 e desde aí que o serviço “se tem degradado constantemente”.

“É inadmissível a situação a que este hospital chegou com a total conivência do Ministério da Saúde que sabendo de todos estes problemas permite a população deste concelho chegue à porta de um serviço de urgência e este se encontre fechado e que os trabalhadores da instituição continuem a ter salários em atraso”, acusam.

O movimento exige que o Governo “assuma as suas responsabilidades” e “reverta de imediato” o Hospital de São Paulo para o Serviço Nacional de Saúde, “com todos os profissionais necessários” ao seu pleno funcionamento 24 horas por dia.

“Não aceitamos que continuem a brincar com o acesso à saúde desta população”, lê-se ainda no documento.

Contactada pela Lusa, a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), Maria Isabel Estevens, confirma que o serviço de urgência esteve fechado desde sexta-feira, pelas 16:00 e reabriria sábado a partir das 16:00.

“A SCMS, nomeadamente no que diz respeito à gestão do serviço de urgência tem tido grandes dificuldades em assegurar o horário das 24 sobe 24 horas”, disse.

“Ultimamente e decorrente de um grande esforço, de uma grande gestão e de um grande equilíbrio entre questões obviamente de índole financeira e também de recursos humanos, conseguimos aqui assegurar com alguma periodicidade o horário das 08:00 até às 00:00”, acrescentou.

De acordo com a responsável, esta situação altera-se quando “inesperadamente” um médico não pode estar presente para efetuar escala ou, quando da parte da SCMS, não é possível efetuar os pagamentos “no tempo certo”.

Maria Isabel Estevens sublinha que “não é isto” que a instituição pretende oferecer à população, alertando que o serviço de urgência está a funcionar “de forma intermitente” por causa de vários “fatores internos”.

De acordo com a provedora, esses fatores estão relacionados com as “dificuldades” ao nível dos recursos humanos, nomeadamente médicos e com o “equilíbrio” na gestão para cumprir pagamentos.

 

Fotografia de eurodicas.com.br