10 Abril 2018      15:31

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Alentejo, a Teoria da Felicidade

Estava um dia chuvoso e recordo-me, tranquilamente desse momento. Esperava, por volta das 19h30 numa das inúmeras paragens de autocarro em Lisboa, por um transporte público de regresso ao descanso, após um longo dia de trabalho. Felizmente, e repito, felizmente nós, seres humanos, homens e mulheres, mulheres e homens, temos uma capacidade inata de compreender e descodificar momentos que nos possam ser proveitosos, presente e futuramente.

Era um senhor, de cabelo grisalho, sorriso fácil e, pelas suas primeiras palavras pronunciadas, acreditei que era também, um ser inteligente (daqueles verdadeiramente inteligentes, que conhecem um pouco do mundo inteiro).  Este senhor, que eu não cheguei a conhecer, explicou-me (sem que eu lhe questionasse), a Teoria da Relatividade. O autocarro chegou, entrámos, cruzámos três paragens e só terminou quando eu me levantei para sair. Foi uma viagem real de vinte minutos, uma conversa que pareceu de três, e uma aprendizagem de um número ainda por descobrir, numa qualquer equação.

A Teoria da Relatividade, foi criada pelo físico e matemático alemão Albert Einstein, resultante da ligação da Teoria da Relatividade Restrita, do ano de 1905, e da teoria da Relatividade Geral, de 1915.  Mas o que descobriu Einstein? E o que descobri eu, naquele momento?

Einstein descobriu que o tempo e o espaço são relativos e que, existem relações entre a massa e a energia de um corpo.  Eu descobri essa verdade, transmitida numa das possíveis aulas teóricas já esquecidas por esse tempo, num espaço, provavelmente já inexistente.

Mais. Eu descobri, que essa massa (Eu), poderá adquirir ainda mais energia, caso assim Eu o entenda. Como entendi. Como resolvi procurar um dos melhores lugares do mundo (porque ainda não os conheço todos, não o posso afirmar convictamente que é o melhor) para viver. Ou aliás, reviver.

Agora que regressei ao mesmo espaço, relativizando tudo o que deixei para trás, vou ter tempo e energia para respirar e olhar serenamente o céu estrelado, numa daquelas noites de Verão.

Sim, é fundamental perceber que todos nós, Alentejanos e não Alentejanos precisamos de distribuir energia pensante por estes campos, escrever linhas novas, dar passos à frente, dar passos atrás, sair da zona de conforto, do que é cómodo, e avançar. Discutir. Opinar. Arregaçar mangas. Ser crítico e construtivo. Apresentar soluções. Inverter comportamentos e normas. Dissociar meios familiares e vícios menos positivos. Escutar.

Temos Tempo. Temos Espaço. Temos Massa. Temos Energia. Tudo o resto é relativo, mas tudo pode ser transformado em Felicidade.

E se Eratóstenes, em 285 antes de Cristo, descobriu que a Terra era redonda, tudo o resto poderá ser concretizado. É essa a minha teoria.

Imagem de capa de Miguel Claro