Em Manhattan os galos não cantam nem às 4 nem às cinco da manhã. Não é por ser a cidade que nunca dorme, mas porque, parece-me, há poucos galos na cidade americana que vivam no meio daquela encruzilhada urbana. Jardins nos topos dos prédios há alguns, já os vi quando subi ao prédio mais alto da cidade. Vi, a partir do Rockefeller Center, alguns jardins no topo de edifícios mais baixos. Não vi, até hoje, nenhum galinheiro. Espero ainda ter essa surpresa. Espero ainda ouvir o som dos galos a despertar a cidade que não dorme. Embora isso seja, no fundo, um paradoxo. Sei-o.