21 Maio 2019      10:28

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Primeiro automóvel a pisar solo nacional veio para o Alentejo

Em Outubro de 1895 desembarcava em Portugal o primeiro carro importado. Era um Panhard & Levassor e a uma velocidade máxima de 15km/h, levou três dias a chegar ao destino, numa viagem cheia de peripécias, nas mãos de  D. Jorge d´Avillez, um jovem visionário e aristocrata de Santiago do Cacém.

Em 2015 a efeméride foi marcada em Santiago do Cacém com um retorno do mesmo carro, que é propriedade do Automóvel Clube de Portugal (ACP).

Todos os anos o município volta a celebrar a data com uma reconstituição histórica através de um passeio de carros clássicos pelo Clube de Automóveis Antigos da Costa Azul, e este ano fê-lo com a exposição de pintura D’Assis Cordeiro, intitulada O “Gasolina” em Santiago do Cacém, 1895.

Segundo o município, a exposição "resulta de um trabalho intenso de pesquisa para apurar a verdadeira história desta viagem, que o pintor tem vindo a realizar ao longo dos anos". “São trabalhos extremamente interessantes pois tratam da história de Santiago do Cacém, o 1.º automóvel não foi para Lisboa ou Porto mas sim para a nossa cidade.”

A exposição de pintura D’ Assis Cordeiro sobre a aventura do primeiro automóvel em Portugal está agora patente no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa.

Intitulada “Quando os Cavalos… Saltam para o Motor o Panhard et Lavassor, 1895” a exposição de D’ Assis Cordeiro foi inaugurada dia 18 de maio, ficando patente até 13 de outubro, no Museu Nacional dos Coches.

Depois da exposição no Museu Municipal de Santiago do Cacém, intitulada “O “Gasolina” em Santiago do Cacém, 1895″ a história do primeiro automóvel a entrar em Portugal, o Panhard et Levassor, que veio para Santiago do Cacém pela mão do Conde Jorge de Avillez, D’ Assis Cordeiro mostra o seu trabalho no Museu Nacional dos Coches.

Sobre o Panhard & Levassor

Proveniente de Paris, o Panhard & Levassor foi esperado com impaciência por D. Jorge d’Avillez, um jovem aristocrata de Santiago do Cacém. A entrada desta estranha “mercadoria”, na Alfândega de Lisboa, levanta, desde logo, a dúvida sobre que taxa aduaneira aplicar: seria uma máquina agrícola ou uma locomóvel (máquina movida a vapor)? Adota-se esta última definição.

Depois da montagem das várias componentes numa oficina de carruagens e da colocação em marcha do seu motor de explosão, o Panhard & Levassor inicia a sua primeira viagem – que foi também a primeira viagem de automóvel em solo português −, com destino à casa D’Avillez em Santiago do Cacém.

À entrada da vila de Palmela, surge um burro no meio da estrada, que se recusa a arredar do caminho. O choque é inevitável e do atropelamento resulta a morte do pobre animal. O dono vê-se então recompensado da sua significativa perda com a quantia de dezoito mil réis, o triplo do valor de um burro naquela época.

Três homens protagonizaram esta aventura: D. Jorge D’Avillez; Jules Phillipe, engenheiro na região, e Hidalgo Vilhena, outro santiaguense, pioneiro na arte fotográfica da época. A chegada do Panhard & Levassor ao seu destino, Santiago do Cacém, causou um grande entusiasmo e pasmo entre os habitantes da localidade.

O Panhard & Levassor pertence ao Automóvel Club de Portugal e destaca-se no Museu dos Transportes e Comunicações.

 

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