As questões ambientais são um tema muito debatido na atualidade. O aumento do uso de energias renováveis tem vindo a ser cada vez mais visível nos últimos anos e o distrito de Portalegre tem acompanhado esse crescimento.
A AREANATejo, Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejo e Tejo, é quem promove e trabalha estes assuntos no distrito de Portalegre. Desde a sua criação, em 2002, já se desenvolveram mais de 50 projetos e diversas iniciativas de modo a darem resposta às necessidades regionais.
Esta agência desenvolveu a Carta da Energia do Alto Alentejo, onde os pontos principais são a gestão da procura e a gestão da oferta. Relativamente à primeira, Diamantino Conceição, Diretor Técnico da agência, menciona que têm havido trabalhos no âmbito da “melhoria da eficiência energética da iluminação pública e semáforos, da elaboração de auditorias energéticas a edifícios e a frotas municipais e também na instalação de tecnologias de energias renováveis”. Na gestão da oferta há um “mapeamento do potencial de aproveitamento energético dos recursos endógenos do Alto Alentejo, nomeadamente do potencial solar, biomássico, eólico e geotérmico”.
Composto por 15 municípios, o distrito de Portalegre tem visto esta agência atuar por toda a sua área. As energias renováveis são o futuro e é para isso que se tem trabalhado. Contudo, segundo Diamantino Conceição “os custos de instalação, a inexistência de tecnologias e redes de distribuição experimentadas em algumas áreas e o desconhecimento de aspetos particulares por parte dos consumidores” levam a que este seja um processo moroso e tardio. Porém, a nível da energia eólica já estão, desde 2014, a funcionar 4 aerogeradores no Parque Eólico do Alto dos Forninhos. Relativamente à energia da biomassa houve um mapeamento do potencial biomássico agroflorestal e a instalação de uma central biotermoelétrica na região. Acerca da energia solar tem-se realizado a análise das radiações em 11 municípios para “avaliação do recurso solar para o dimensionamento, financiamento e instalação de centrais com tecnologias de concentração solar”.
Estreitamente ligada ao PNAER 2020, Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis, a AREANATejo tem como compromissos a utilização de 31% de energias renováveis e a redução energética em 25%. Atualmente, e apesar de já alertados para estes assuntos ambientais, os maiores gastos populacionais são na área dos transportes (56%), seguida dos consumos no setor doméstico (14%). O Diretor Técnico menciona ainda que “as atuais tendências de consumos indiciam que a procura de energia na região deverá aumentar até ao ano de 2020, verificando-se, no entanto, uma tendência para a maior utilização de energia elétrica”. Ainda assim o setor dos transportes continuará a ser o principal consumidor de energia.
Relativamente ao ano corrente, Diamantino Conceição prevê que “venham a surgir novos projetos ligados à produção de energia térmica através do aproveitamento de biomassa e da implementação de redes de calor”.
Quando questionado sobre o estado de alerta da população sobre estas tendências energéticas, afirma estar “certo que hoje a região está mais alerta para as questões energético-ambientais e este é apenas um dos aspetos positivos de todo o trabalho desenvolvido pela AREANATejo desde 2002”.
Em todo o distrito há uma tendência para a alteração do panorama no que toca a assuntos ambientais e energéticos. Diamantino Conceição refere ainda a necessidade de continuar a sensibilizar o cidadão comum para o tema.
Imagem de capa de entretejodiana.blogs.sapo.pt/
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