26 Junho 2017      12:53

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BAIXO ALENTEJO ESTÁ A VALORIZAR O CARDO

Para além da sopa e do queijo o cardo não parece ter muito mais utilizações. Parece que não tem mas esta ideia redutora está a mudar e a responsabilidade é do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo (Cebal), em Beja, no Baixo Alentejo, que desenhou o projecto Valorização Económica do Cardo (ValBioTecCynara) e que está a estudar todas as possíveis utilizações desta herbácea perene-

O Cardo é uma planta que se dá muito bem no Mediterrâneo e é cultivado em quase todo o sul da Europa. Para além da gastronomia o Cardo tem também utilizações na indústria, como por exemplo na produção de biodiesel mas é ainda muito subvalorizado e determinadas utilizações deste foram sendo esquecidas.

E é precisamente nesta frente da investigação, no potencial da planta, que o Cebal, envolvendo o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, o Instituto Politécnico de Beja, a Universidade de Évora, a Universidade de Aveiro, a Universidade Católica Portuguesa e a Universidade Nova de Lisboa, está a investigar, avaliando a variabilidade genética natural de populações de cardo; seleccionando perfis bioquímicos para novas aplicações biotecnológicas; valorizando a flor do cardo na produção regional do queijo tradicional de Serpa, Évora e de Nisa, assim como a folha através da extracção de compostos de valor acrescentado, como novos produtos farmacêuticos; e criar um campo experimental de Cynara cardunculus.

Segundo uma peça do jornal Público o "uso de compostos químicos do cardo também tem sido estudado por esta equipa para tratar o cancro da mama, nomeadamente o chamado “triplo negativo” (as células cancerosas não apresentam à superfície nenhum de três receptores habituais do cancro da mama para os estrogénios, a progesterona e a herceptina), assim como no combate a úlceras e em cancros gástricos.

Depois da fase de estudo a Cebal pretende lançar um programa de melhoramento e selecção do cardo, promovendo assim a sua cultura com maior eficácia e valor económico. A peça sobre o Cardo é assinada pela Jornalista Teresa Serafim e pode ser vista integralmente aqui.

Imagem de capa da ruralea.com