Invejo o pastor que faz do monte a sua casa.
Afortunada vida que parece ter,
— a dele ou a minha?
Quem vê de longe deseja ser
O que de perto se ignora
Passa o tempo
Nasce o arrependimento
De não ir enquanto é hora.
O pastor cuida do gado
Como eu cuido dos números
Pelo sol ele é castigado
E eu, nem por qualquer astro sou amedrontado!
Caminhamos unidos pela inveja de um sonho
convictos de que sonhar nos faz ser
quem somos.
Imagem de arquivomunicipal. cm-lisboa .pt