Moura está ali branca, solarenga, cheia de contrastes próprios do mediterrâneo e com poucos mas bons alentejanos, anfitriãos como não se vê muito, animados ao fim do dia pelo convívio nos cafés e tabernas de uma cidade com 8 000 habitantes, que pertence ao Distrito de Beja. Não será por acaso que o cante alentejano encontre aqui bons intérpretes.
Tal como a maioria das pequenas cidades do interior do país, Moura debate-se com os fenómenos da desertificação e de abandono de gente. Vive o mal de praticamente todo o sul de Portugal continental, um clima semi-árido que ajuda na outra desertificação, a dos solos.
Expectativas da Barragem do Alqueva à parte - que beneficia do rio Ardila, que alimenta o Guadiana, que alimenta a barragem e que tem muitos bons locais para a pesca - Moura luta como muitas outras lutam de forma desigual com o centrífugo litoral ou com o magnético e abstrato estrangeiro. Por isso o peso ou a relevância da autarquia na vida da comunidade é quase total.