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Literatura

Cidadãos de Vila Viçosa homenageiam Florbela Espanca

Decorreu hoje, às 10 horas, uma homenagem a Florbela Espanca, passados 90 anos sobre a sua morte.

A cerimónia, muito simples, consistiu na deposição de coroas de flores junto da estátua de Florbela (projeto da autoria do escultor Raul Xavier, com plinto do arquiteto Raul David) na Praça da República em Vila Viçosa, e foi organizada por um grupo de calipolenses e pelo Grupo "Amigos de Vila Viçosa", contando com a presença da Sociedade Filarmónica União Calipolense e com o apoio da Junta de Freguesia de Conceição - São Bartolomeu.

 

Florbela Espanca - 90 anos da sua morte

Assinalavam-se, entre hoje e amanhã, os 126 anos sobre a data de nascimento e os 90 anos da morte da grande poetisa alentejana, Florbela Espanca.

O seu desaparecimento continua envolto em mistério. Terá ocorrido na noite de dia 7 de Dezembro, às 22 horas, conforme a versão oficial? Terá falecido na madrugada de dia 8? Suicídio ou morte natural? 

O dia 8 está para sempre associado à sua própria existência. Foi nesta data que nasceu, foi num dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Vila Viçosa, que casou pela primeira vez e terá sido num dia 8 que partiu...

Miradouro

É urgente desfrutar da paisagem.

É necessário ser o que se vê.

É perigoso olhar para trás

cair onde caímos

pela última vez.

 

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Moura conta a história dos mil heróis de Santo Aleixo na restauração da independência de Portugal

Após o sucesso da primeira edição, a Câmara Municipal de Moura lança agora a 2.ª edição do livro “Uma aldeia, mil heróis…”, no âmbito das comemorações dos 380 anos da restauração da independência de Portugal, que se assinalou ontem, dia 1 de dezembro.

Os mil e um lírios

Por Ricardo Jorge Claudino

Era uma vez um lírio, 
vizinho de muitos outros; 
era roxo, alto e cheiroso: 
era o lírio mais diferente de todos. 

.
Não falava nem escutava 
nem tão pouco sabia ler; 
o que tinha este lírio 
de tão especial que o fizesse valer? 

.
O fotógrafo parou o carro 
seduzido por mil e uma cores 
tentou capturar o momento 
mas a máquina não fitava as flores. 

Ó Sol que raias p´la manhã

 

Ó Sol que raias p’la manhã cedinho,

aceita estas nossas graças, 

por mais um dia com saúde 

e aquece o nosso caminho.

.

Alimenta a terra cultivada, 

mas tem avondo com a tua força,

não nos leves tanta água, 

e apoia a nossa empreitada. 

.

Quando o meio dia bater 

e alcançares o teu esplendor, 

lembra-te que a teu redor 

O Relógio do Sol

Por Ricardo Jorge Claudino

.

No meio urbano 

todas as horas contam, 

porque todos os minutos 

e todos os segundos 

são contados.

.

A vida da criança da cidade 

tem o mesmo fulgor 

que a vida do adolescente, 

do adulto e do velho, 

em seu redor. 

.

A criança da cidade 

tem um relógio 

O Miradouro da Recompensa

Por Ricardo Claudino

 

Ao subir o pequeno monte que a planície erguia,

fitava a linha que separava o céu do chão.

.

As minhas pernas, cansadas,

espelhavam a incerteza

sobre a recompensa

no final da imponente subida.

Quanto maior a inclinação do monte

mais os pés sentiam,

mais o coração sonhava.

.

Que prémio me esperava?

Sentia a confiança

de um ciclista de montanha

e trazia a certeza

de que um terreno no Alentejo

nunca poderia ser tão inclinado

Perder para ganhar

Por Ricardo Jorge Claudino

Perco-me;

às vezes nas palavras,

frequentemente no interesse.

.

Todos os dias

insisto em me perder no tempo.

E perco-me nas ruas

das maiores cidades do mundo;

não com tanta frequência

como todas as vezes que me perco

nas travessas das mais pequenas

aldeias alentejanas; também elas

perdidas no tempo, embora

não por vontade própria.

.

Também me perco

nas lembranças que se

perdem de mim.

Lembro todos os meus avós

A última a morrer

A última a morrer

Por Rita Nascimento
 

Chego-te, através do horizonte,

leve, ténue e casta brisa

profetisa,

envolta em névoa que solta,

te toca sem te tocar.

Em tudo me sentes.

Em nada me vês.

Mas crês que existo

e que de longe venho

contendo arte e engenho

(não olhas para trás).
.

Três passos mais perto

do fim do deserto

e miragem ainda sou...

Reflectindo uma imagem

de sonho e coragem

que contigo acordou.

Não páras.

Sempre adiante,

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