20 Janeiro 2024      10:06

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Évora: Câmara poderá assumir processo de expropriações para acessos ao novo hospital

Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara Municipal de Évora
Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara Municipal de Évora

A Câmara de Évora está disponível para assumir o processo relacionado com as expropriações dos terrenos para os acessos ao novo hospital, em construção na periferia da cidade, revelou o presidente do município.

“Não queremos que nos venham acusar, como parece que por vezes acontece e de vez em quando ouvimos isso, de que os atrasos [do novo hospital] são decorrentes da câmara”, afirmou à agência Lusa o autarca de Évora, Carlos Pinto de Sá (CDU).

O autarca disse ter sido surpreendido, em dezembro passado, com uma comunicação do Governo a informar de que, com base num parecer jurídico, deveria ser a câmara municipal a assumir a responsabilidade pelo processo de expropriações.

Isto porque os terrenos a expropriar serão “para integrar no domínio público municipal”, adiantou o presidente da autarquia.

Pinto de Sá frisou ter ficado surpreendido com esta comunicação, pois “há até um protocolo assinado com o Governo onde está claro que essa responsabilidade pertence ao Governo, que a atribuiu à ARS [Administração Regional de Saúde]”.

“Nada impediria que fosse o Governo tratar do assunto e, depois, passasse os terrenos para o domínio público municipal, como, aliás, faz em muitas outras questões, como é o caso das estradas que são desclassificadas”, salientou.

Segundo o autarca, a Câmara de Évora já transmitiu ao Governo que “não seria da parte do município que haveria mais atrasos” e que está disponível para “ajudar a resolver o assunto”, desde que “isso não sirva para alijar responsabilidades” do executivo.

“Ainda que estejamos a discutir essa situação” com o Governo, “estamos, já do ponto de vista administrativo, a ver, se formos nós a fazê-lo, quais são os procedimentos que têm que ser adotados”, argumentou.

Assinalando que a câmara vai enviar uma proposta de alteração ao protocolo, o autarca colocou a condição de que, para a câmara assumir essa responsabilidade, “as verbas envolvidas nas indemnizações têm que ser suportadas pelo Governo”.

“Como é sabido, temos os projetos dos acessos prontos para lançar o concurso público e não podemos lançá-los porque o problema das expropriações e da negociação dos terrenos não está resolvido”, acrescentou.

O futuro hospital, em construção na periferia de Évora, deverá ter 360 camas em quartos individuais, uma capacidade que pode ser aumentada, se necessário, até às 487 camas.

A nova unidade, cujas obras estão agora previstas terminar no final de 2024, custa mais de 200 milhões de euros e vai ter, entre outras valências, 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para ambulatório e dois de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.

 

Fonte: Lusa

Fotografia de oatual.pt