27 Setembro 2023      15:11

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Celeiro em Mértola vai ser uma estação biológica internacional

Um antigo celeiro em Mértola, que pertenceu à EPAC (Empresa Pública de Abastecimento de Cereais), está a transformar-se numa estação biológica internacional.

De acordo com o jornal Público, a entidade por trás deste projeto é a Biopolis, que une o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio-InBio) da Universidade do Porto, a Universidade de Montpellier, em França, e a Escola de Negócios da Universidade do Porto.

O objetivo desta nova estação é o de se tornar um “dos melhores centros de excelência a nível internacional nas áreas de biologia ambiental, investigação de ecossistemas e biodiversidade agrícola”, segundo o site da Biopolis.

“A estação biológica é uma lança avançada num território sobre o qual queremos saber mais, sobre o qual queremos contribuir mais”, afirma Nuno Ferrand, biólogo e diretor da Associação Biopolis.

Até 2030, o programa da Biopolis quer ter, além da estação de Mértola, mais quatro estações biológicas, outra no norte de Portugal, no bioma Atlântico, duas em florestas tropicais, uma em Cabinda, no norte de Angola, e outra na ilha do Príncipe, que contém uma versão insular das florestas tropicais, e uma quinta estação no deserto de Moçâmedes, no sul de Angola.

Nestas estações, o plano é ter uma equipa fixa de investigadores e técnicos, mas também a visita de cientistas e estudantes de todas as partes do mundo, num fluxo constante, dinâmico, que vai respondendo às necessidades científicas da comunidade internacional.

“A ideia de um conjunto de estações biológicas internacionais como uma espécie de grande infraestrutura de âmbito internacional é fundamental para alicerçar a capacidade da nossa investigação, que queremos que seja única, excelente a nível internacional”, garante Nuno Ferrand.

Os investigadores deste projeto preveem que o edifício ficará pronto em julho de 2024, mas, entretanto, a estação já se encontra em atividade, com estudantes estrangeiros a visitarem Mértola e um pequeno laboratório provisório, instalado numa sala do edifício da Câmara Municipal de Mértola.

Em declarações ao jornal Público, Rosinda Pimenta, vice-presidente e vereadora socialista da Câmara Municipal de Mértola, afirma que “a lógica da estação biológica é perceber que podemos mitigar a questão da demografia com uma visão pouco conservadora, potenciando esta capacidade que Mértola tem de gerar fluxos de pessoas associadas à cultura e à ciência”.

“A estação biológica é o processo com mais escala que temos porque a sua dimensão não é uma dimensão de Mértola, é a dimensão em primeira instância do Baixo Alentejo, mas é a dimensão do semiárido mediterrânico, e depois é a dimensão global de outros territórios de semiárido que têm os mesmos desafios que nós”, acrescenta a autarca.

 

Fotografia de publico.pt