9 Novembro 2023      11:17

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Alentejano Capoulas Santos pede “esclarecimentos” da justiça

Luís Capoulas Santos, deputado socialista

O deputado e ex-ministro alentejano Capoulas Santos espera esclarecimentos rápidos da justiça sobre as suspeitas que recaem sobre o primeiro-ministro, considerando que o comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR) apresenta “termos imprecisos”.

Em declarações à agência Lusa, Capoulas Santos disse esperar que “a justiça esclareça tão rapidamente quanto possível” as suspeitas que existem em torno da atuação de António Costa, pois o comunicado da PGR não o faz.

“Como é que um governo de maioria absoluta e eleito democraticamente é derrubado por uma frase de um procurador que ninguém sabe quem é e em termos imprecisos”, questionou o deputado do PS eleito pelo círculo de Évora.

Ainda assim, Capoulas Santos referiu que continua a confiar na justiça portuguesa e que aguarda o seu veredicto sobre este caso.

Para o responsável, o facto que levou à demissão de António Costa foi “um comunicado do gabinete de imprensa da PGR levantando suspeitas sobre o primeiro-ministro sem as concretizar”.

“Penso que é algo insólito e, por isso, estamos a assistir àquele que será, porventura, o mais rocambolesco episódio da história da nossa democracia e, certamente, inédito em todo o mundo”, afirmou.

O ex-ministro da Agricultura afirmou ainda que António Costa foi “eleito democraticamente por maioria absoluta” e, agora, é “demitido pelo gabinete de imprensa da PGR”, que “em duas ou três linhas levanta suspeitas sobre a idoneidade do primeiro-ministro”.

“Esta questão, para já, causa enormes prejuízos ao país, à economia, com instabilidade, à confiança nas instituições e à imagem externa do país”, pois a imprensa internacional noticia que “o primeiro-ministro cai por suspeitas de corrupção”, acrescentou.

O atual deputado do PS notou que a justiça é “um órgão independente”, mas defendeu que “tudo tem as suas proporções”, pois “ou havia matéria suficientemente objetiva que não deixasse marcha para dúvidas para acusar alguém ou havia alguma prudência naquilo que se comunica para o exterior”.

Recorde-se que o primeiro-ministro, António Costa, pediu, na terça-feira, a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

 

Fotografia de dn.pt