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Sobre viver: sobreviver

A pessoa certa nunca lê isto. Por vezes, lê, mas não lhe fica preso no pensamento. As pessoas certas nunca leem isto. Os indivíduos (in)certos nunca passam pela sobrevivência; viver é tão mais leve, não é? Sobre(viver) é tão duro. E sorrir custa muito mais do que ficar com o meu corpo nu em contacto com os meus lençóis de cetim enquanto conto as lágrimas que escorrem pelas minhas mãos. Não quero fingir nem aguento mais sobre(viver).

C(alma) comigo

(Lê isto antes de eu me ir embora. Leva-me de volta à noite em que nos conhecemos – em que me conheci.)

Lição ao meu eu heurístico e existencialista

Sacrifico o meu coro ao afirmar que já não és a mesma menina escritora, até porque já foste capaz de admitir que a fragilidade humana está incutida no nosso sangue, e não estamos aptos a suportar todos os choques desta vida que atingem o (a) nosso (nossa) corpo (alma). A vida mata; o amor mata, e deixa-me que te diga que não voltaria a deixar morrer o meu interior outra vez; só para poder sentir a intensidade dessa tua vida repleta de benevolência, dessa tua dor. Mas sabes que a felicidade corrói a inevitabilidade da humanidade e, consequentemente, também a minha pele.

A ordem mundial anarquista da atualidade

Alguém tem um relógio? Que dia é hoje? Hoje comemoram-se os 2 meses e 9 dias em que as nossas vidas mudaram radicalmente e tentamos arduamente para que voltem ao normal, mas de nada vale o esforço se não somos nada para além de carne e osso, sentimentos e pensamentos que facilmente são corroídos por um vírus que tem ceifado imensas vidas ao longo de todo o mundo e, também, por aqueles que convivem connosco.

A Caixa de Pandora

“Pára. Pára de tentar. Pára de esconder o sofrimento e as frustrações debaixo da tua almofada; é lá que descansas a tua mente e onde os teus pensamentos sonham”. Sou a que tudo tem e a que tudo tira. Hesíodo fala sobre mim, e diz: “Dela vem a raça das mulheres e do gênero feminino / dela vem a corrida mortal das mulheres / que trazem problemas aos homens mortais entre os quais vivem, / nunca companheiras na pobreza odiosa, mas apenas na riqueza”.

CARTA ABERTA DE UMA JOVEM A JORGE MÁXIMO

Caro Sr. Jorge Máximo, venho falar em nome de todas as meninas. Eu sei que é taxista e permita-me que o trate por senhor desconhecido porque não é digno de um nome próprio, para mim, neste momento. Perdoe-me.

Eu sou uma menina. A minha melhor amiga é uma menina. E quer saber? Somos duas meninas virgens. A minha mãe é uma menina e a sua também mas ambas possuem uma diferença em comum: não são meninas virgens.

Atrever-se-ia a expor a ideia à sua mãe que deveria ser estuprada?