As obras de construção de uma fábrica que vai produzir a primeira aeronave portuguesa, em Ponte de Sor, devem arrancar em 2024, estando previsto o lançamento de dois protótipos em 2026.
Em declarações à agência Lusa, à margem da cimeira aeronáutica Portugal Air Summit (PAS) que decorre no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor até domingo, Hugo Hilário, presidente do município, explicou que “prevê-se o lançamento do primeiro protótipo do avião no primeiro semestre de 2026 e o segundo protótipo no segundo semestre de 2026”.
“E esperamos para ano [2024], na altura da realização do PAS, lá para outubro, novembro, que já estejamos no início da construção da fábrica”, acrescentou.
Note-se que o concelho de Ponte de Sor está envolvido em três agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com mais de 200 milhões de euros, esperando que sejam criados cerca de 500 postos de trabalho diretos e mais de 1000 indiretos.
A primeira agenda mobilizadora é a “Aero.next Portugal”, um consórcio que será responsável por produzir a primeira aeronave portuguesa, o LUS 222.
Esta agenda contempla cerca de “140 milhões de euros” de investimento, “61%” dos quais para o Alentejo (75 milhões de euros). É ainda composta pela produção de uma aeronave não tripulada com capacidade “distinta” das que existem para a vigilância marítima, e uma terceira componente relacionada com a mobilidade aérea avançada.
A segunda agenda mobilizadora, a “Neuraspace”, tem como objetivo “ajudar a resolver” os problemas relacionados com os lixos espaciais, através da criação de um radar, num investimento de “cerca de 20 milhões de euros” que criará cerca de 20 a 30 postos de trabalho diretos.
Por último, a terceira agenda mobilizadora, a “Newspace”, está relacionada com a produção de microssatélites e comporta “cerca de 60 milhões de euros” de investimento, criando mais de uma centena de postos de trabalho.
Segundo o autarca, “as outras agendas, uma dos satélites está um bocadinho mais adiantada, tem de estar executada, como sabemos, até por imperativo do PRR até final de 2026 e espera-se que no final de 2024 /2025 já haja uma verificação efetiva da realização dessa agenda no terreno”.
Fotografia de jornalaltoalentejo.sapo.pt