26 Maio 2021      12:09

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Évora recebe projeto piloto em psiquiatria da infância e adolescência

O Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital do Espírito Santo de Évora (DPSM) vai receber, este mês de maio, a nova Equipa Comunitária de Psiquiatria da Infância e Adolescência, no âmbito do projeto piloto, definido pelo Ministério da Saúde, para a área da saúde mental.

De acordo com o HESE em comunicado, citado pela Planície, este projeto piloto prevê o desenvolvimento de equipas de saúde mental comunitárias em todas as administrações regionais de saúde, com o objetivo de responder mais e melhor às necessidades dos cidadãos, melhorando o acesso e reforçando as respostas de proximidade.

Assim, a equipa definida para o Alentejo irá desenvolver o projeto no Hospital do Espírito Santo de Évora, integrada no Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, na Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA). Segundo o hospital, “com este projeto, a UPIA fica extremamente enriquecida e ganha a possibilidade de desenvolver um trabalho verdadeiramente realizado na Comunidade, passando a saúde mental da infância e adolescência a atuar fora dos limites do hospital, em completa proximidade à população na prestação de cuidados especializados”.

O comunicado adianta ainda que, até agora, “em Portugal, o trabalho desenvolvido na área da saúde mental infantojuvenil era realizado, tendencialmente, em meio hospitalar, em Serviços ou Unidades funcionais de Psiquiatria da Infância e Adolescência”.

Salomé Ratinho, Coordenadora da UPIA, refere que “a equipa da UPIA acolhe este projeto com muito entusiasmo e sentido de missão”, realçando que “a equipa comunitária vai potenciar toda a atividade da UPIA, não só em termos de atividade clínica direta, mas também ao nível da articulação com as Escolas, Cuidados de Saúde Primários, Entidades de Proteção a Crianças e Jovens em Risco, e demais estruturas da comunidade que intervêm na vida e reabilitação dos utentes e suas famílias”.

Além disso, “será igualmente possível desenvolver, de forma estruturada, atividades ao nível da prevenção e promoção de saúde mental, fundamentais à melhoria da saúde mental e qualidade de vida da nossa população a longo prazo”.

O hospital refere também que “será abrangida uma população que se encontra mais distante do HESE e que, habitualmente, tem mais dificuldades nas deslocações ao hospital, aumentando assim a acessibilidade aos cuidados de saúde nesta área, fator essencial à realização dos processos terapêuticos com os nossos utentes”. Adicionalmente, “a proximidade com os utentes, com as famílias e com o seu contexto de vida irá permitir também um trabalho de diminuição do estigma, que ainda persiste como obstáculo à procura de ajuda especializada por quem necessita”.

A equipa é multidisciplinar e é composta por um médico com a especialidade de psiquiatria da infância e adolescência, dois enfermeiros (sendo um enfermeiro especialista em saúde mental e psiquiátrica), um psicólogo clínico, um técnico superior de serviço social, um terapeuta ocupacional e um assistente técnico.

Madalena Serra, diretora do DPSM, frisa que, “com a receção desta Equipa Piloto, o HESE e a região ganham especial relevância nos primórdios da Psiquiatria Comunitária da Infância e Adolescência em Portugal”, além de ser “um marco muito importante na história da Pedopsiquiatria portuguesa” do qual o hospital vai fazer parte.