Prevenir é uma palavra com carga positiva, que nos vários aspetos e áreas das sociedades humanas é decisiva na antecipação aos problemas e no combate aos riscos.
Sendo certo que a maior parte do tempo, na vida da população ativa é passado no local de trabalho, o investimento e a valorização da segurança, da higiene e da saúde dos ambientes profissionais, são determinantes para a nossa qualidade de vida, com impacto direto na forma como vivemos dentro e fora dos locais de trabalho e na nossa vida pessoal.
A prevenção de riscos laborais deve ser encarada como um investimento e não como um custo, uma ação tão urgente como necessária, não só pela criação de ambientes de trabalho saudáveis e seguros, mas também pelo apoio na redução de despesas relacionadas com a cura, no rastreamento de problemas de saúde nas populações e consequentemente no aliviar da pressão sobre as estruturas de saúde pública e privada. A segurança e a saúde no trabalho englobam o bem-estar social, mental e físico dos trabalhadores, ou seja, da “pessoa no seu todo”.
Vale a pena pensarmos que os custos diretos e indiretos, relacionados com doenças ou acidentes de trabalho, se estimam avultados tanto para os empregadores como para os trabalhadores e Portugal é infelizmente um dos cinco países da União Europeia, com maior número de acidentes de trabalho registados.
É muito mais caro substituir do que manter!
Num setor que se debate com graves problemas de escassez de profissionais, principalmente na área da saúde ocupacional, será determinante no curto prazo a criação de condições para que as empresas que prestam os serviços externos e internos de SST em Portugal, não venham a ficar bloqueadas por dificuldade de acesso aos médicos do trabalho e aos restantes profissionais, como enfermeiros ou técnicos de segurança no trabalho, sendo igualmente importante a adaptação do regime legal português às necessidades atuais e aos desafios impostos pelas novas formas de trabalho e à evolução da robótica e tecnologias de informação, uma revisão já efetuada por grande parte dos países da União Europeia.
É imperativo alavancar uma verdadeira cultura com base na prevenção, à semelhança do que acontece já noutros países e aqui ao lado em Espanha, temos um excelente exemplo.
A elaboração do Livro Verde do Futuro da Segurança e Saúde no Trabalho que o Governo Português lançou este ano, tendo colocado uma equipa de 15 peritos a efetuar esse trabalho pode ser um bom ponto de partida, mas deve envolver e auscultar todos os agentes do setor.
Em suma é determinante para acrescentar qualidade de vida e satisfação profissional aos portugueses de forma geral, criar condições de sustentabilidade a um setor, que tem a nobre missão de assegurar a prevenção de riscos laborais, individual e coletiva, de todos os profissionais dos restantes setores de atividade.
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