9 Dezembro 2023      11:44

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Quem acredita nas lideranças mundiais?

Realizou-se recentemente a COP28 – Cimeira Mundial sobre a Ação Climática, no Dubai, Emirados Árabes Unidos, nos 1 e 2 de dezembro.

No discurso durante a reunião plenária da COP28, o presidente Charles Michel apelou a que se intensificasse e acelerasse a ação a nível mundial para que o aumento da temperatura mundial não exceda os 1,5 graus.

Foi apresentado e plano de ação para concretizar os pilares do Acordo de Paris, o qual incide sobre quatro domínios: 1) acelerar a transição energética; 2) fixar o financiamento da ação climática; 3) colocar a natureza, as pessoas, as vidas e os meios de subsistência no cerne da ação climática; 4) ter a plena inclusão na base de todas as iniciativas

Todos os atores mais moderados e sensatos que discursaram nesta cimeira, defenderam que a ambição mundial tem de aumentar substancialmente, a fim de manter alcançável a meta de 1,5 °C e apelaram: 1) ao reforço coletivo dos contributos determinados a nível nacional; 2) à eliminação progressiva a nível mundial dos combustíveis fósseis sem abatimento e a que o consumo dos mesmos atinja o seu pico nesta década; 3) a um sistema elétrico total ou predominantemente descarbonizado a nível mundial durante a década de 2030; 4) à eliminação progressiva das subvenções aos combustíveis fósseis que não abordem a pobreza energética nem promovam uma transição justa; 5) a uma ação a nível mundial para triplicar a capacidade instalada de energias renováveis e duplicar a taxa de melhoria da eficiência energética até 2030; 6) a mais esforços envidados por todas as partes tendo em vista integrar a adaptação e resiliência às alterações climáticas nas políticas e programas em vigor, em todos os setores relevantes; 7) à intensificação dos esforços de todos os países no sentido de mobilizar financiamento para apoiar a ação climática.

Apesar dos avanços muito lentos, a criação de um fundo de compensação por danos climáticos para os países mais afetados pelas alterações climáticas, foi um passo importante, mas ainda demasiado insuficiente. É muito pouco para aquilo de que precisamos com demasiada urgência!

O planeta não aguenta tanta inércia dos nossos governantes. Efetivamente, o planeta não aguenta mais acordos climáticos não cumpridos. Não podemos aceitar as metas de redução de emissão de carbono que são totalmente negligenciadas.

Hoje em dia, já temos a convicção plena que a ciência e a realidade mostram que os problemas estão e vão a agravar-se significativamente e que a próxima geração (a geração dos nossos filhos e netos) vai sofrer muito com as negligências das lideranças políticas mundiais, atuais. Uma vergonha planetária!

Efetivamente é fácil fazer discursos eloquentes sobre as alterações climáticas. Mas estamos fartos de discursos ocos, sem conteúdos, sem quaisquer aplicações práticas. Encontramo-nos na fase em que é fundamental agir. Necessitamos de atitudes e ações concretas para salvar o Planeta.

Felizmente ainda existem algumas «formigas no carreiro em sentido contrário» a lutar contra os interesses de algumas potenciais mundiais. São a única esperança no meio deste turbilhão de interesses.