Ao longo desta semana foram apresentados os programas eleitorais de grande parte dos partidos com assento parlamentar.
PCP, PSD/CDS e PS deram a conhecer as principais linhas programáticas que defendem para o País nos próximos quatro anos.
Entre ameaças de regresso a pesadas heranças, mudanças nos impostos para as entidades patronais, e cortes com a Troika, os portugueses começam a poder perceber o que pretendem os partidos para Portugal.
Mais uma vez as diferenças entre esquerda e direita são notáveis.
À direita mantém-se o discurso do medo, dos cortes e da necessidade da manutenção da austeridade, sempre com o fantasma da bancarrota.
A parte social é escassa sendo que o facto de termos na temática do corte das pensões um tema tabu deixa adivinhar um novo corte de pensões ainda que inconstitucional.
Fala-se em crescimento económico mas não se fica a perceber muito bem como tornando-se esta medida que teria muito por onde pegar pelo lado positivo numa promessa que corre o risco de se perder ao longo do tempo.
À esquerda privilegia-se o estado social, com incentivos às empresas que celebrem contratos de trabalho efectivos e aumentando-se os impostos às que apostam na precariedade.
Fala-se igualmente num aumento gradual do salário mínimo por forma a que esta medida não acabe por sufocar as empresas com aumento de custos.
A fronteira está definida sendo que, quer à esquerda, quer à direita é fundamental que os seus responsáveis se empenhem em fazer passar a mensagem aos portugueses de forma próxima e concreta.
Agora mais que nunca o combate à abstenção é essencial por forma a que, no momento da votação, os portugueses sintam confiança na opção que venham a fazer.
Embora as propostas já estejam pensadas e elaboradas, há que fazer um esforço para as divulgar e expandir da forma mais completa possível.
Ao longo das próximas semanas neste espaço será feita uma análise dos programas que foram conhecidos até agora e os que entretanto forem sendo divulgados pelos restantes partidos e plataformas independentes.
Será um contributo mínimo na tentativa de fazer chegar aos seguidores e leitores uma perspectiva pessoal e o mais imparcial possível das propostas partidárias para os próximos quatro anos, tendo em conta as dificuldades que atravessamos e o futuro que o País merece.
Cá nos encontraremos na próxima semana.