Na altura em que esta crónica se encontra a ser escrita, ainda estamos a poucas horas de saber os resultados eleitorais em Espanha.
As primeiras sondagens apontam para um impasse semelhante ao que sucedeu em Portugal. Isto é, nenhum dos principais partidos reúne condições para governar com maioria absoluta.
Não querendo antecipar desde já cenários de coligações entre esquerda/direita ou esquerda/esquerda, creio que há uma análise que deverá ser feita e que, também em Portugal, não o foi.
Estando mais que reunidas as condições para julgar o Governo que aplicou cegamente medidas de austeridade e empobreceu o País, nenhum partido teve a capacidade mobilizadora suficiente para se destacar, criando a divisão e um, nem que seja momentâneo, cenário de insegurança legislativa.
As pessoas desconfiam e estão inseguras, preferindo dispersar os seus votos por partidos mais pequenos ou compostos por independentes.
Tudo isto resulta do afastamento a que se tem assistido entre os políticos e as pessoas.
Elegem-se os mesmos de sempre e vozes novas são afastadas, não vão as ideias acabar por trazer bons resultados.
Com a descredibilização da política e dos políticos e o afastamento dos mais novos, o resultado acaba por ser composto pelas mesmas caras de sempre, inspirando assim alguma desconfiança quanto à capacidade de mudança destas caras.
Quanto mais este cenário se mantiver, mais vezes se repetirão os cenários pós-eleitorais como os de Portugal e de Espanha.
Novos caminhos estão a ser traçados. Resta saber se as caras antigas estão preparadas para estas novidades.
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