15 Setembro 2023      09:11

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Apicultores do Baixo Alentejo exigem “subsídio do Estado”

António Rato, presidente da APIVALE – Associação dos Apicultores do Vale do Guadiana

António Rato, presidente da APIVALE – Associação dos Apicultores do Vale do Guadiana, reivindicou com urgência “um subsídio do Estado” para apoiar os produtores de mel da região, que viram uma quebra de 90% na produção devido à falta de chuva.

Em declarações à Planície, o responsável salienta que Portugal “é o único país da Europa que não tem esse apoio” do Governo.

Este ano “não houve primavera, nem chuva, e a quebra foi na ordem dos 80% a 90%”, mas a atividade não pode parar e por isso “continuamos a alimentar as abelhas sem qualquer apoio para as despesas”, adianta António Rato.

Já Daniel Rodrigues, membro da direção da associação, considerou que a apicultura “não é uma área valorizada no nosso país. Julgo que grande parte das pessoas não tem noção nem da dimensão, nem da importância do setor, ou seja, tudo o que as abelhas podem fazer em prol de outros setores de atividade. Um exemplo disso é a polinização (transferência de pólen de flor para flor), sendo as abelhas responsáveis por exemplo pela polinização do amendoal. Sem este setor muitas das produções não seriam o que são hoje”.     

Mesmo sem água, António Rato garantiu que o mel “tem boa qualidade, só está um bocadinho mais escuro porque não houve floração, mas o mel do Alentejo é sempre bom”. O produtor recusa-se a desistir: “a vontade continua e continuamos a lutar. Este é um negócio como outro qualquer e há projetos a que os jovens se podem candidatar”, informou.

Recorde-se que a promoção e divulgação de um dos melhores produtos do Alentejo voltou a ter destaque na edição da Feira de Setembro, com o XXIX Concurso de Méis da região de Moura, sobretudo mel de rosmaninho e floral, onde participaram 28 produtores, a maioria do concelho de Moura.

 

Fotografia de oatual.pt