Em Portugal, uma em cada três turmas ainda não consegue ter acesso a fruta gratuita na escola, indicam os resultados de um estudo efetuado pela APCOI – Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil e por uma equipa de investigadores do Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), destaca o município de Arraiolos, em comunicado.
De acordo com a mesma fonte, este estudo, que vai ser apresentado no próximo dia 16 de outubro, data em que se assinala o Dia Mundial da Alimentação, avança ainda que a “nível municipal, os dados revelam diferenças ainda mais marcantes – em 33 municípios (dos 170 participantes) verificou-se que mais de 40% das crianças não consumia fruta diariamente na escola, sendo a realidade mais preocupante nos municípios de Ponte da Barca, Portel e Freixo de Espada à Cinta (percentagens superiores a 80%).” Ainda assim, apesar de se encontrarem nesta lista, “Portel e Freixo de Espada à Cinta fazem parte dos municípios onde mais se conseguiu reduzir a percentagem de crianças que não consumiam frutas todos os dias, no final da implementação do projeto”.
Em 10 municípios, entre os quais se encontra o de Arraiolos, foram observados indicadores mais positivos, “com todas as crianças participantes a consumir pelo menos uma porção de hortofrutícolas diariamente na escola”, situação que também se verificou em Alcanena, Azambuja, Caminha, Nazaré, Santo Tirso, Seia, Sertã, Vila do Porto e Vila Verde.
A Câmara Municipal defende que “as ações desenvolvidas nos últimos anos com o Agrupamento de Escolas de Arraiolos, no contexto do Regime da Fruta Escolar, incluindo a distribuição de peças de fruta aos alunos, foram fundamentais para este resultado”.
A propósito das ações municipais para a educação, entre as quais se encontram as que a autarquia tem vindo a desenvolver de forma a apoiar a comunidade escolar do concelho, com o objetivo de “contribuir para a promoção de hábitos de consumo de alimentos benéficos para a saúde e de regimes alimentares saudáveis” junto da população escolar, foi criado um novo projeto de Fruta Escolar – o Lagartinhas da Fruta, que se traduziu na disponibilização, semanal e gratuita, de produtos hortícolas e frutas.
Outra das propostas deste programa passava pela “elaboração de estratégias de sensibilização para o consumo destes alimentos”, em conjunto com produtores locais ou outras entidades com os mesmos projetos e objetivos.
A autarquia, que, entretanto, procedeu também à integração de uma nutricionista nas equipas de atividades escolares, “procura, com sucesso, como confirma o estudo, fornecer uma alimentação saudável e nutricionalmente equilibrada”, sendo esta “uma prioridade em todas as políticas escolares, dado o efeito sobre o bem-estar” e “sobre a capacidade de aprendizagem e desempenho escolar” de crianças e adolescentes, conclui o município.
Fotografia de agroportal.pt
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