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Opinião

A Vertigem de Marguerite Duras

A Vertigem de Marguerite Duras (Détruire Dit-Elle, 1969)

- L’Homme Révolutionnaire:

Marguerite Duras, enfim, a mais notável das escritoras, e também cineasta do dizível infazível, sempre trabalhou na margem do Ser Revolucionário. Ser sonhado, incapaz de alcançar a plenitude, apesar de perfeitamente capaz de expor a sua mágoa e, a certo ponto, a sua necessidade (de mudança, claro está – o paraíso da ideia por concretizar). Só que, digamos, tal regime tende a tornar-se abstracção, vai durar 'para sempre'.

III. O outro lado da porta

Amaro fez a barba com uma máquina usada e enferrujada que usava uma vez por semana. Os pelos tinham-se tornado demasiado resistentes àquela velha máquina. Deixou-lhe a cara marcada de feridas e áreas em que os pelos teimaram em ficar. Ficaria um pouco melhor do que aquilo que estava antes. Pousou a máquina em cima do lavatório e não mais se lembrou dela. Amaro tivera sempre uma relação sempre complicada com a casa de banho. Apesar de ser o sítio em que estava na intimidade consigo mesmo, em que deixava sair a imensidão de dores e a imundice.

O lento e silencioso “desmantelamento” do Posto da GNR das Alcáçovas

Está a decorrer um lento e silencioso “desmantelamento” do Posto da GNR das Alcáçovas.

O Posto de GNR das Alcáçovas está a perder os seus efetivos e a sua capacidade de atuação. Está a decorrer um lento e silencioso “desmantelamento” do Posto da GNR das Alcáçovas.

ALSTONES – Uma oportunidade para o Alentejo

Decorreu, na passada quarta-feira, a apresentação pública do Projeto ALSTONES. Este evento, que irá realizar-se em Vila Viçosa, no próximo mês de julho, e que agrega sete concelhos do Alentejo Central (Vila Viçosa, Borba, Estremoz, Alandroal, Sousel, Reguengos de Monsaraz e Redondo), tem como objetivo primordial a promoção da pedra enquanto fator determinante do ponto de vista patrimonial, cultural, social económico.

Entre Capelas e "capelinhas em R4 - Alvito, Cuba e Vidigueira

Entre Capelas e "capelinhas em R4, com os "Eat-Inerários Slow @ Alentejo"

Sob o signo do vinho de talha, entre capelas e “capelinhas”, encerrou a temporada de 2018 dos "Eat-inerários Slow @ Alentejo" com uma jornada dupla, que regressou a terras que regressou a terras de vinhos (Vidigueira, Cuba e Alvito) onde temos sido muito bem recebidos, permitindo aos aventureiros a (re)descoberta de mais um pouco de um Alentejo menos conhecido, tendencialmente em modo slow travel…

Primeiro Portugal

Em todos os Estados onde se vive a prática democrática o papel da oposição é reconhecido pela sua importância. Em Portugal,  o papel que cabe à oposição é feito, em parte, pela imprensa, uma vez que se torna nas suas diversas formas, o meio mais difundido pela qual a população toma conhecimento do panorama politico e respetivos desvios de conduta, apesar do teimoso facciosismo de esquerda na mesma.

Ainda agora começou…

Estamos a começar a terceira semana de 2019 e parece que já temos matéria para um novo ano civil.

Começámos com a tomada de posse de Bolsonaro com o cumprimento de algumas promessas como por exemplo a retirada de autonomia a comunidades indígenas.

Continuámos com um canal generalista que esqueceu por completo a norma constitucional portuguesa que proíbe a publicidade a entidades fascistas ou fascizantes e a convidar um dos principais rostos dessas mesmas entidades para uma entrevista.

A canção pop perfeita…

Por mais voltas que o pobre e belo mundo venha a dar dificilmente se poderão definir (ou melhor, circunscrever) as razões que levam uma canção pop a ser considerada perfeita. Não com a certeza pós-primitiva que é apanágio dos justos. Canção pop perfeita – Ui! Plim plons plim plons numa sequência subjectiva como que a levar-nos pela mão ao altar da mestria absoluta em pouco mais de três minutos. É o impraticável tornado viável, apesar de tudo? Singularidade que apenas interessa aos “náufragos do fim dos tempos” – aos que restam (sim, refiro-me a nós).

O presidente que se tornou rei do absurdo

Era uma vez um presidente que queria ser rei do absurdo; selfie atrás de selfie, entrevista atrás de entrevista, abracinhos e beijinhos:tudo isto não bastou. Mas o presidente era esforçado nesta sua vontade de ser rei do absurdo e chegou o dia que ligou à Cristina, em direto, no seu novo programa de TV, e assim conseguiu sê-lo.

II. Momentos após o início

Amaro continuava sentado naquela cama que o aprisionava e fazia com que se contorcesse de forma vulnerável sem que conseguisse que o seu corpo respondesse ao apelo que a mente fazia.

Quando perdemos o domínio do corpo, a mente tenta dar-lhe ordens em vão. Amaro, por todas as razões que conheço, tinha perdido o domínio do corpo. Instrumentalizava-o ainda, ligeiramente, quando se mexia. Nada era como antes, nada é como no dia anterior. Não filosofemos.

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