28 Abril 2024      10:22

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Prejuízos da gestora do Alqueva quadruplicaram para 40 milhões em 2023

José Pedro Salema, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA)
José Pedro Salema, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA)

A empresa pública EDIA registou um prejuízo significativo de 40,037 milhões de euros no ano de 2023, quase quadruplicando os valores do ano anterior, que totalizaram 10,53 milhões de euros. De acordo com os relatórios financeiros divulgados no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), este resultado negativo foi fortemente influenciado pelo aumento do preço da eletricidade e por mudanças nos contratos de concessão da rede secundária do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva.

O presidente do Conselho de Administração da EDIA, José Pedro Salema, destacou que, em 2021, o preço médio da energia ativa suportado pela empresa era de 47,6 EUR/MWh, aumentando para 136,2 EUR/MWh em 2022 e atingindo os 196 EUR/MWh em 2023. Este aumento substancial contribuiu diretamente para o agravamento do resultado líquido da empresa.

Apesar de um aumento de 12% no volume de negócios, totalizando 43,408 milhões de euros no ano passado, as despesas com fornecimentos e serviços externos aumentaram 25%, atingindo os 50 milhões de euros. Este aumento foi atribuído essencialmente ao elevado consumo de eletricidade, que atingiu os 237 GWh.

Outro fator que influenciou negativamente as contas da EDIA foi o contrato de concessão da rede secundária do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva. Este contrato, que originalmente tinha um prazo de sete anos, foi prolongado para 20 anos, resultando num aumento de 22 milhões de euros na provisão.

Apesar das dificuldades financeiras, a EDIA contratou mais 12 trabalhadores em 2023, totalizando 191 funcionários. Estes novos colaboradores foram principalmente destinados à área de exploração do empreendimento. A empresa prevê ainda mais contratações adicionais devido ao aumento da área regada.

A EDIA, cujo acionista é a Direção-Geral do Tesouro e Finanças, está a trabalhar para enfrentar os desafios financeiros e operacionais e assegurar o desenvolvimento sustentável do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva.

 

Fonte: eco.sapo.pt

Fotografia de premiosnotaveis.dn.pt