19 Julho 2023      11:32

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Politécnico de Portalegre quer “revolucionar” setor agroindustrial

O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) está a desenvolver um projeto inovador do setor agroindustrial, centrado no desenvolvimento de soluções padronizadas para gaseificadores em pequena escala.

Em comunicado, citado pela agência Lusa, o IPP refere que o projeto poderá, a médio prazo, ajudar a impulsionar o setor agroindustrial do país, criando oportunidades de negócios e promovendo a sustentabilidade energética.

O projeto “Implementação da metodologia DAMAIC – Definir-Medir-Analisar Melhor-Controlar, para potenciar a valorização de resíduos agroindustriais através de soluções de gaseificação em pequena escala”, é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Segundo a mesma fonte, este projeto permite o uso de biomassa residual como recurso energético nesta região, podendo ser uma “solução complementar” à atual infraestrutura energética.

Válter Silva, coordenador do projeto, explicou que, além desses fatores, este projeto “permite impulsionar” as oportunidades económicas entre agricultores e dinamizar o desenvolvimento de centrais térmicas de pequena e média dimensão.

“As soluções de gaseificação em pequena escala contribuem para uma maior diversificação do portfólio energético em Portugal, sendo uma alternativa válida para situações, por exemplo, de aquecimento de piscinas públicas ou de aquecimento de águas em hotéis rurais”, acrescentou o responsável.

De acordo com o IPP, este projeto permitiu responder a “um dos maiores problemas desta tecnologia”, a variabilidade da composição da biomassa, que leva também a oscilações do gás produzido, “aumentando” a eficiência global e “diminuindo” os custos de operação.

“A gaseificação poderá ser vista como uma resposta eficaz à necessidade de soluções sustentáveis no setor agroindustrial, aliado ao potencial do uso de biomassa residual como recurso energético complementar à infraestrutura energética atual”, lê-se no documento.

O IPP recorda que o uso de biomassa residual “pode também aliviar” um dos maiores problemas nacionais, o efeito destes resíduos na propagação de fogos.

Segundo Valter Silva, foi adotada a metodologia DMAIC para impulsionar a eficiência energética e garantir a otimização e a “robustez” das soluções de gaseificação em pequena escala.

“Este projeto foi pioneiro no uso desta metodologia de forma sistemática para processos de gaseificação e combustão. Esta metodologia é tipicamente encontrada no setor industrial de manufatura, mas raramente no setor de produção de energia”, acrescenta a mesma fonte.

 

Fotografia de agriculturaemar.com