20 Setembro 2018      10:48

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Os 24 "filhos" de Montalvão que combateram na I Guerra Mundial

‘Grande Guerra 1914-1918 . Os Combatentes da Freguesia de Montalvão’, é o mais recente livro de Ana Maria Paiva Morão e vai ser apresentado em Évora, na Galeria da Casa de Burgos, no próximo dia 26 de setembro, no âmbito das Evocações do Centenário da I Guerra Mundial.

"Não é nosso objectivo fazer aqui a história de um conflito mundial que se arrastou por quatro anos e custou mais de 37 milhões de vidas no total, além de inúmeras sequelas, nem sequer da participação de Portugal, dos seus motivos, conflitos internos e implicações ou da forma como o fez. Não deixaremos, contudo, de referir alguns apontamentos sobre a Guerra de 14-18, com o fim de contextualizar a ida de um punhado de rapazes oriundos de uma freguesia escondida no nordeste alentejano para combaterem em África e na Europa, integrados numa operação que custou ao País cerca de 7.760 vidas e mais de 30.000 baixas, entre feridos, desaparecidos, incapazes e prisioneiros", defende a autora em relação ao livro.

"Destes combatentes portugueses na Grande Guerra, 24 eram naturais da freguesia de Montalvão (21 de Montalvão e 3 da Salavessa). De acordo com os registos documentais que obtivemos, a grande maioria combateu em França, fazendo parte dos cerca de 55.000 homens que constituíram o Corpo Expedicionário Português (CEP). Os restantes 3, ao que nos foi possível apurar, combateram em África."

A iniciativa integra as Jornadas Europeias do Património, este ano sob o tema 'Partilhar Memórias' e o livro, que teve o apoio da Associação "Vamos à Vila" promotora da salvaguarda e divulgação do património material e imaterial de Montalvão e nordeste alentejano, é lançado, no ano em que se cumprem os 100 anos da assinatura do Armistício, para relembrar os filhos da freguesia de Montalvão que foram para a guerra.

A autora, Ana Maria Paiva Morão, é doutorada em Estudos Literários/Literatura Oral e Tradicional, pela Universidade de Lisboa. É investigadora integrada do CLEPUL/Grupo de Investigação de Tradições Populares Portuguesas (FLUL - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), colaboradora do CIAC – Centro de Investigação em Ciências da Comunicação e Artes (Universidade do Algarve) e docente no Curso de Pós – Graduação em Património Cultural Imaterial da Universidade Lusófona. Faz parte das direções da Associação de Peregrinos Via Lusitana e da Associação Portuguesa para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial e é membro – fundador da Associação 'Vamos à Vila'.

Na imagem: Corpo Expedicionário Português em Horsham Sussex, 1918

 

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