Os vereadores da CDU e do PSD na Câmara de Gavião (PS), no distrito de Portalegre, criticaram o aumento das faturas da água, mas o município e empresa gestora argumentam que seguiram a lei.
Na origem das críticas e do alegado aumento está a criação da empresa intermunicipal Águas do Alto Alentejo (AAA), que assumiu em julho a gestão dos sistemas públicos de abastecimento de água em baixa e de saneamento em 10 dos 15 municípios do distrito de Portalegre.
A AAA gere o serviço de gestão da exploração da rede em baixa nos concelhos de Alter do Chão, Arronches, Castelo de Vide, Crato, Fronteira, Gavião, Marvão, Nisa, Ponte de Sor e Sousel.
O vereador da CDU na Câmara de Gavião, Rui Vieira, em declarações à Lusa, manifestou-se contra a criação da AAA, considerando que a mesma provocou um “aumento brutal” do preço da água faturado aos munícipes.
Rui Vieira defendeu ainda que deverá ser criada uma tarifa social, principalmente para os idosos, para fazer fase à subida dos preços.
A mesma opinião foi partilhada pelo vereador do PSD na Câmara de Gavião, Vítor Filipe, que defendeu que deverá ser acionada por parte da autarquia a “adesão” à tarifa social.
Ambos os vereadores aludiram ainda à existência de “atrasos” na receção da faturação e casos de faturas enviadas para “moradas erradas” dos consumidores.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Gavião, o socialista José Pio, reconheceu que a transição da faturação para uma nova empresa é complicada e que houve alguns precalços em termos informáticos.
O autarca, sublinhando que esta situação está a ser regularizada, reconheceu, no entanto, que houve um aumento na faturação.
Para mitigar a situação, o autarca recomendou aos consumidores para solicitem a tarifa social e adianta que os municípios focados sobre essa matéria, estando nesta altura a avaliar a situação.
Em declarações à Lusa, o presidente do conselho de administração da AAA, Hugo Hilário, justificou que a criação da empresa implicou a adaptação dos tarifários à realidade, motivada também por obrigações legais da parte da ERSAR.
Hugo Hiliário referiu ainda não existirem aumentos nas faturas que possam chegar aos 100%, acrescentado que até há casos de alguns municípios onde o tarifário baixou.
De fora da AAA ficaram os municípios de Portalegre, Elvas, Campo Maior, Monforte e Avis, ou porque optaram por não aderir ao projeto ou por já integrarem outras concessões e sistemas.
O presidente da AAA confirmou ainda que, neste arranque da empresa, registaram-se atrasos na entrega das faturas aos consumidores, provocados pelas “adaptações dos sistemas informáticos e da migração das bases de dados” dos municípios, tendo sido também identificadas pelos serviços moradas que não estavam corretas ou se encontravam desatualizadas.