28 Junho 2023      11:54

Está aqui

Fósseis de trilhos de aves encontrados na costa sudoeste

Trilhos de pegadas de aves fossilizados de há cerca de 187 e 43 mil anos foram encontrados na costa sudoeste de Portugal, entre Odemira e Vila do Bispo, revelou o Geopark Naturtejo.

Em comunicado, citado pela Lusa, o Geopark Naturtejo adianta que “entre os vários registos paleontológicos encontrados de aves costeiras e de outras que são mais raras de ver atualmente por estas paragens, salientam-se os trilhos de gralha e de um enorme bufo-real que terá vivido na costa vicentina durante a última glaciação”.

Os dois novos fósseis foram relatados por uma equipa internacional de paleontólogos e geólogos portugueses do Geopark Naturtejo Mundial da UNESCO, Instituto D. Luiz da Universidade de Lisboa, Universidade de Coimbra e Instituto Politécnico de Tomar, com o apoio do Laboratório de Datação por Luminiscência de Risø, na Dinamarca.

Segundo o Geopark Naturtejo, o trilho de bufo-real destaca-se por exibir uma grande concentração de pegadas sobrepostas “numa superfície de arenito dunar”, com outras do que poderá ter sido uma potencial presa.

Considerada invulgar pelos especialistas, esta ocorrência poderá ser a “primeira evidência de predação por aves no mesmo registo fóssil”.

“Os nomes atribuídos a estes fósseis evidenciam o mais provável produtor e a sua localização geográfica, ‘Corvidichnus odemirensis’ por ter sido encontrado na costa do maior concelho português, e ‘Buboichnus vicentinus’, cujo achado remete para a já famosa Costa Vicentina”, sublinha a mesma fonte.

O Geopark Naturtejo refere que os “achados de pegadas de aves” no sudoeste de Portugal se inserem num “estudo comportamental e paleoecológico das formações costeiras que se desenvolveram nas últimas centenas de milhares de anos”, como os das do extinto elefante-europeu-de-presas-direitas encontradas pela primeira vez na Praia do Malhão.

“Na última década temos assistido a vários achados de sítios paleontológicos com registos da passagem de mamíferos e aves no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, onde anteriormente não se conheciam quaisquer registos paleontológicos deste tipo, sendo mesmo de extrema raridade em toda a Península Ibérica”, acrescenta o comunicado.

 

Fotografia de jn.pt