14 Maio 2021      11:20

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Exercício “NATO Tiger Meet 21” termina hoje em Beja

O “NATO Tiger Meet 21”, que termina hoje, sexta-feira, após o seu cancelamento há um ano devido à pandemia de covid-19, desenrolou-se na maior das cinco bases aéreas portuguesas, a BA11, uma das maiores da Europa, com 800 hectares, na planície do Baixo Alentejo, contando com forças de outros seis países (EUA, França, Itália, Grécia, Polónia e a neutral Suíça) e mais de mil militares.

De acordo com a Lusa, foram canceladas as presenças espanhola, por imprevisto de última hora nos aparelhos designados, e a holandesa, por suspeita de infeção com SARS-Cov-2 num dos efetivos. Todos os participantes tinham de ter um teste PCR negativo nos últimos três dias antes da chegada.

O coronel Carlos Lourenço (“Corvo”), chefe do Estado-Maior do Comando Aéreo, disse à Lusa que “este é o maior exercício da NATO este ano. Toda a agente está a precisar muito de treinar. Estamos a provar que é possível, em contexto de pandemia, desde que se cumpram as regras. É possível continuar a operar com todos os critérios de segurança”.

Com 50 anos, o piloto de caças F-16, com três mil horas de voo em 15 anos de experiência na BA5 (MonteReal), sublinhou a importância do evento: “a interoperabilidade, para todos conseguirem desenvolver missões, usando diferentes meios aéreos, com diferentes capacidades, em prol do mesmo objetivo”.

Além disso, “as operações de múltiplos domínios, hoje em dia, são a única forma de trabalhar. Individualmente não conseguimos concretizar de forma capaz e competente. A única maneira é trabalhar em conjunto, vários domínios – aeronaves, mas também Exército e Marinha –, e tudo o que é serviços espaciais e Ciberdefesa”, disse.

Relativamente aos cerca de 30 aparelhos da norte-americana Lockheed Martins que Portugal possui, Carlos Lourenço destaca as “velocidades 'Mach 2' (2.500 km/h), embora não seja a velocidade tática”.

“Algures entre 900 e 1.000 km/h é mais capaz, em termos de competência e manobra, com vantagens em gasto de combustível. Tem mais eficácia”, explicou, adiantando que os motores Pratt-Whitney F100-PW-220E daquelas aeronaves (15m de comprimento por cinco de altura e envergadura de 10m) gastam uma média de 1.500 litros de combustível por hora.

Portugal recebeu os “tigres” porque a sua esquadra 301, “Jaguares”, dos F-16 – uma das 11 esquadras ativas da Força Aérea – foi a melhor no “NATO Tiger Meet 19”, em Mont-de-Marsan, França, ganhando o troféu “Tigre de Prata” e o prémio “Espírito Tigre”, reedições de êxitos portugueses em 1980, 1985 e 2011.

A BA11, com o fim da atividade germânica (1993), é agora a “casa” da esquadra 601, “Lobos”, dos norte-americanos Lockheed P-3C CUP+ (quadrimotor turboélices monoplano), especializados em operações vigilância e busca e salvamento marítimos, e da esquadra 101, “Roncos”, dos Epsilon TB-30 (bilugar em tandem, de asa baixa e curta e trem triciclo retrátil) da francesa Aérospatiale) para instrução de pilotos.

“Os militares estão a dar o melhor de si para que tudo corra com a máxima normalidade e que o exercício seja um sucesso, projetando a imagem da Força Aérea portuguesa, quer ao nível nacional, quer internacional”, afirmou o comandante da BA11, coronel Paulo Costa, referindo-se ao apoio de alojamentos, alimentação, redes de telecomunicações, eletricidade ou água.

 

Fotografia de sapo.pt