17 Maio 2024      10:58

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Évora recebe culturas e patrimónios do mundo no Festival Imaterial

A 4.ª edição do Festival Imaterial começa hoje, sexta-feira (17), em Évora, e apresenta um programa recheado de propostas, como concertos, cinema documental, conferências, conversas, passeios pelo património e, pela primeira vez, atividades pensadas para as escolas e famílias em interação com artistas internacionais, fez saber a organização.

Este evento, que se prolonga este ano até ao dia 25 (sábado), é organizado pela Câmara Municipal de Évora e pela Fundação Inatel, tem produção executiva da Gindungo e direção artística de Carlos Seixas.

Em comunicado, citado pela agência Lusa, a organização recordou que este foi “um dos acontecimentos culturais que contribuiu para fazer de Évora a candidatura vencedora a Capital Europeia da Cultura em 2027”.

O Festival Imaterial foi pensado “à sombra do estatuto de Património Imaterial da Humanidade atribuído pela UNESCO ao Cante Alentejano, mas também de olhos na classificação do centro histórico de Évora como Património Mundial da Humanidade”.

“E, desde logo, o desejo foi o de criar ligações entre estas duas dimensões patrimoniais”, colocando “a música a dialogar com a paisagem (mais ou menos edificada)” e, ao mesmo tempo, “deixando que as histórias cantadas hoje possam comunicar com as histórias que atravessam séculos”, salientou a organização.

Por esta razão, graças ao festival, “a cidade de Évora transforma-se num local de transmissão de saberes e culturas entre diferentes povos e gerações”, consideraram os promotores.

Esta 4.ª edição arranca, segundo a programação, às 19:00, com uma visita ao Cromeleque Vale Maria do Meio, que inclui uma performance de Abraham Cupeiro, artista da Galiza, Espanha.

À noite, o Imaterial passa para o Teatro Garcia de Resende, no centro histórico da cidade alentejana, com uma sessão dupla: a primeira atuação, que começa às 22:00, junta Abraham Cupeiro e a Orquestra de Câmara da Eborae Musica e, uma hora depois, Lina_ apresenta-se ao público, com o seu novo trabalho “Fado Camões”, que “celebra a obra de Luís Vaz de Camões, na comemoração do seu 5.º centenário”.

Para este dia, estava previsto um concerto de Mísia, que não vai realizar-se por “motivos de força maior”.

O programa do evento inclui ainda atuações da portuguesa emmy Curl ou de Emel, artista da Tunísia e considerada “uma das vozes da Primavera Árabe, diretamente ligada à luta pela liberdade”.

Outros dos artistas que vão estar presentes neste certame são Os do Fondo da Barra (Galiza), Carles Dénia – El Paradís de les Paraules (Comunidade Valenciana), Tablao de Tango (Argentina), Dasom Baek (Coreia do Sul), Meher Angez Trio (Paquistão), Duo Ruut (Estónia), Ustad Noor Bakhsh (Paquistão), Lena Jonsson & Johanna Juhola (Suécia/Finlândia), Maite Larburu (País Basco), Parveen & Ilyas Khan (Índia), Davide Ambrogio (Calábria), Cocanha (Occitânia), Melisa Yildirim & Swarupa Ananth (Turquia/Índia) e Tomasito (Andaluzia).

Com palcos situados “dentro e fora das muralhas da cidade”, do programa faz ainda parte um ciclo de cinema documental, focado na “relação entre a música tradicional e a terra, abrangendo um amplo foco geográfico (do Quirguistão a Cuba) e um período de 50 anos”.

Em 2024, o Imaterial reforça também, entre outras componentes, a parceria com a IN2PAST – Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território, responsável pela organização de muitos dos encontros e conversas e pela realização da 1.ª Escola Doutoral “Boot Camp In2Future”, que decorre entre amanhã, sábado (18), e a próxima sexta-feira (24).

 

Fotografia de alentejo.sulinformacao.pt