24 Maio 2021      10:14

Está aqui

Escolas alentejanas têm mais alunos que concluem estudos no tempo esperado

É nos primeiros anos de escola, logo no 2.º ano, que os alunos têm maiores dificuldades, de acordo com os dados do Ministério da Educação que revelam que 5% das crianças reprovou no 1.º ano de escolaridade. Contudo, os municípios com uma percentagem perfeita de conclusões no tempo esperado localizam-se no Alentejo, avança a Lusa.

Com 95.361 alunos, o 2.º ano é aquele com mais alunos matriculados no total das quase quatro mil escolas e colégios do 1.º ciclo, e é também aquele em que as crianças parecem mostrar mais dificuldade. De acordo com dados do Ministério da Educação, no ano letivo de 2018/19 reprovaram cerca de 4.700 alunos naquele ano de escolaridade, o equivalente a 5%.

O número representa a maior taxa de retenção entre os quatro anos do 1.º ciclo: no 1º ano não houve “chumbos” e nos 3.º e 4.º anos reprovaram apenas 1% e 2% dos alunos, respetivamente.

Por outro lado, nas escolas com maior taxa de retenção no 2.º ano, as idades dos alunos estão também acima da média nacional, em que a maioria (80%) tem 7 anos, segundo a análise feita pela Lusa aos dados do Ministério da Educação.

Contudo, os casos menos positivos são uma minoria e o indicador conclusão no tempo esperado, que acompanha os alunos durante cada ciclo de ensino e procura aqueles que nunca reprovaram um ano letivo, comprova isso mesmo.

Em 2018/19, a percentagem média de conclusões no tempo esperado de todas as escolas voltou a aumentar, mantendo a tendência dos três anos anteriores, e 88% dos alunos conseguiram terminar o 1.º ciclo nos habituais quatro anos letivos.

A maior melhoria nesse período foi em Aljustrel, onde 56 dos seus 63 alunos (89%) conseguiram concluir o 1.º ciclo sem reprovar, registando um aumento de 16 pontos percentuais em comparação com o ano letivo de 2015/16, seguida de Almodôvar, que passou dos 88% para a totalidade dos seus alunos.

Além de Aljustrel e Almodôvar, é também no Alentejo que a percentagem de conclusões no tempo esperado supera em mais de 10 pontos percentuais a expectativa: Barrancos (a média nacional para alunos com um perfil semelhante era 89%), Arronches e Gavião (a média era 84% em ambos).

 

Novo indicador de equidade

Este ano, o Ministério da Educação criou o novo indicador de equidade, que identifica entre os alunos que concluíram um nível de ensino sem reprovar a percentagem de estudantes com apoio de Ação Social Escolar (ASE).

Em média, 82% destes alunos conseguiram fazer o 1.º ciclo em quatro anos, e em 16 municípios esse feito foi conseguido pela totalidade, com destaque para Sousel, em Portalegre, que superou em 22 pontos percentuais a média nacional para alunos com um perfil semelhante.

Já o concelho de Montemor-o-Novo se destacou pela positiva, alcançando uma posição cimeira, com 23 pontos percentuais acima da média nacional comparável, de acordo com o jornal Público.

Quer isto dizer que, nos dados de 2018/2019, nove em cada dez destes alunos apoiados pelo Estado conseguiram fazer um percurso sem chumbos. Já a média nacional para crianças com o mesmo perfil das de Montemor-o-Novo, em escolas com as mesmas características, foi de apenas 68%.

No Alentejo, outros concelhos chamam a atenção, mas pela negativa. Em Reguengos de Monsaraz, por exemplo, só 47% dos alunos abrangidos pela ASE que entraram no 1.º ano em 2015/16 conseguiram terminar o 1.º ciclo nos quatro anos previstos, chegando ao 4.º ano em 2018/19. São menos 30 pontos percentuais que a média nacional comparável.

No 2.º ciclo, é Arraiolos o concelho do país que mais se afasta da média. Acontece o mesmo em Elvas, nos cursos científico-humanísticos do secundário. Cuba também regista valores negativos, mas sobretudo nos 2.º e 3.º ciclos, com menos 29 e menos 28 pontos do que a média. Já no 3.º ciclo, por exemplo, nenhum dos 20 alunos da amostra abrangidos pelos apoios da Ação Social Escolar que entraram no 7.º ano em 2016/17 conseguiu terminar o 9.º ano em 2018/19, como se esperava. A média nacional para alunos com o mesmo perfil dos de Cuba é 28%.

 

Fotografia de publico.pt