10 Junho 2020      11:53

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Agricultura intensiva no Alentejo: "venceu a ciência e a razão"

Corpo diretivo da Olivum em dezembro de 2019

O dia de ontem foi importante para os produtores alentejanos que acompanhavam com alguma inquietação o debate de seis projetos de lei e de resolução com vista à regulamentação do cultivo de olival no Alqueva. Os projetos de lei foram todos chumbados, um resultado que a Associação de Olivicultores do Sul considera positiva por considerar a intensão discriminatória.

O resultado da votação representa “a reafirmação do Alqueva – um projeto de três mil milhões de euros –como um empreendimento de fins múltiplos: abastecimento humano, regadio agrícola e produção de energia, sem exclusão discriminatória de qualquer uma das vertentes” afirma Gonçalo Almeida Simões, diretor executivo da Olivum.

O Olival moderno "foi capaz de provar em números a sua eficiência, com um consumo de água de 3m3 por hectare; com recurso reduzido a fitofármacos que corresponde apenas a 8% do total utilizado em Portugal e com um sequestro de carbono de sete a oito toneladas por hectare", adianta.

A discussão e votação em sessão plenária “deram vitória à ciência e à razão ao deixar de lado os argumentos com base nas emoções ou convicções, que em nada contribuem para o esclarecimento do cidadão. Ficou demonstrado que a polarização da discussão dos dois modelos agrícolas – agricultura de subsistência e agricultura de escala – é o caminho errado, pois os ambos os modelos devem coexistir pacificamente” sublinha o responsável pela Olivum.

"A desmistificação da agricultura intensiva, super intensiva e da monocultura, assim apelidadas nos projetos legislativos agora chumbados, e a afirmação do olival como agricultura de precisão, dotada de sustentabilidade económica e ambiental, um dos objetivos da Olivum, sai reforçada . O olival moderno continuará a assegurar a viabilidade económica das explorações, dinamizando a economia local e fixando as populações ao território", conclui em comunicado aquela associação.

A Olivum, que representa cerca de 100 associados, o que corresponde a 300 explorações, com cerca de 40 mil hectares de olival viu assim chumbados os dois dos projetos de lei d’Os Verdes, dois do PAN, um do PCP e outro do Bloco de Esquerda.