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Filme “NO” (2012)

Foram Farpas, onde se disse sobre SI, NO e, ainda, milagres que nunca o foram.

Esclareça-se: o milagre é económico, e refere-se ao Chile nos tempos de Pinochet, que insuportavelmente haveria de morrer de velho.

Resposta exige-se.

Porquê?

Documentários: o TOP 50

A propósito do achado que foi a divulgação, em forma de lista: TOP-50, pela revista Sight&Sound, dos melhores documentários de todos os tempos (assim mesmo), sinto-me finalmente livre para o meu voto-lista (sobra-me um TOP-10, que por acaso são mais do que 10, após tentativa e resgate):

1) Shoah; …

2) Um dos irmãos Maysles, talvez o Gimme Shelter, talvez o Grey Gardens, mas de preferência o Gimme Shelter;

3) Chronique d'un Été, da dupla Rouch & Morin;

4) Koyaanisqatsi, partindo do princípio que o é;

Splendor in the Grass (1961), de Elia Kazan

Eclesiastes, 11:9: Alegra-te, jovem, na tua mocidade. Mas para isso não te apaixones. E livra-te da intervenção dos teus pais sempre que possas. Sobretudo não te apaixones. Caso incumpras, espera-te uma de duas: desfalecimento ou loucura. Lá pelo meio, pela voz aflautada da fabulosa Barbara Loden, ouve-se algo assim: ”Um dia vais descobrir, e então que Deus te proteja.”

Claro que o percurso destes jovens se baseia naquele incumprimento específico, pois caso contrário não haveria filme. Natalie Wood e Warren Beatty. Qual deles vai enlouquecer primeiro?

2 filmes: Manhã Submersa e Dead Man

Manhã Submersa, de Lauro António, da obra homónima de Vergílio Ferreira.

Construção de uma tragédia, a convergir para um único momento, inferido muito antes, e gritado em off. O modelo é realista, mas com diálogos teatralizados (e, nesse caso, o que fazer com o rapaz – Joaquim Manuel Dias? Um achado com os seus XXXX a cada palavra).

Cornfield – Brando

THE NIGHT OF THE FOLLOWING DAY (1968) de Hubert Cornfield

O Adolescente – Le Cri du Coeur (1974)

Poucos filmes me foram tão dolorosos como O Adolescente – Le Cri du Coeur, de Claude Lallemand. Filme verdadeiramente esquecido pelo que me é dado a perceber (por exemplo, o link na Wikipédia remete erradamente para um outro filme com título semelhante), deixou uma profunda marca no adolescente que eu também era. Havia outro, o protagonista.

Evolution

Evolution (2015), de Lucile Hadzihalilovic

Estranhamente nem crítica nem público prestaram o devido tributo a Evolution, a segunda longa-metragem de Lucile H (segunda de duas, por enquanto).

Estamos perante um projecto radical, é certo, mas que não nos empurra para um canto com um certo desdém, como tão bem (tão mal) (tão equivocadamente) o fazem outros, como Gaspar Noé ou Nicolas Winding Refn.

Prefere levar-nos pela mão. Pede vasto e dedicado culto, digamos.

James Baldwin não é o meu negro, é o meu herói.

Acreditar que o mundo precisa de heróis é uma frivolidade que reduz o indivíduo a muito pouco, a quase nada, e que mais não faz que aceitar a desresponsabilização como fundamento. E sem individualidade responsável não há sapiens sapiens que nos valha. Nessa cama, a crer nas aparências, qualquer um se pode deitar sem sentir o peso da existência (iludindo as suas múltiplas consequências, quer dizer). O vazio total. Viver nesses termos pode ser leve, mas, bem vistas as coisas, de que serve passar todo o tempo que temos a contemplar o vácuo.

O demónio martirizado de Vercors

Ler numa mesma semana a fabulosa novela de Vercors (pseudónimo de Jean Bruller), Le Silence de la Mer, e um elevado número de excertos desse amontoado de páginas de pseudo-saber que é Atlas Shrugged, qualquer coisa como O Atlas Que Encolheu os Ombros e Foi à Vidinha Dele, de Ayn Rand, é experiência que pode influenciar de forma brutal o precioso mecanismo das conexões cerebrais e causar danos permanentes.

Ainda assim, é possível escapar, começando sempre pelo melhor, e esquecendo o que é de esquecer...

Variações em torno de um génio explícito

Nunca foi nem será tarefa fácil conseguir as palavras certas para expressar o fascínio que António Variações exerce.

Para já porque não é lógico, nada daquilo devia fazer sentido. Uma viagem entre uma aldeia perto de Braga e Nova Iorque – veja-se a insolência.

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